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O bom diagnóstico, um conjunto de dados

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Última atualização em 29 de julho de 2021

Diagnósticos falso-positivos podem causar alarme no paciente

“O diagnóstico de um paciente deve ser feito pela história clínica, exame físico e exames laboratoriais e de imagem”, frisa Dr. Nelson Hamerschlak, onco-hematologista do Hospital Israelita Albert Einstein e membro do Comitê Médico da Abrale.

Para começar o assunto diagnóstico, o médico lembra: “aqueles que pensam que só o laboratório é importante ou só a clínica é importante não entendem nada nem de clínica nem de laboratório. Diagnóstico é um conjunto de achados que devem fazer sentido para o médico”.

Esse é um ponto importante para o Dr. Nelson, que explica: “com as novas tecnologias, provas laboratoriais e exames de imagem estão cada vez mais sensíveis. Têm capacidade para não deixar passar praticamente qualquer sinal da doença. Mas essa sensibilidade extrema acaba detectando cicatrizes e alterações sem significado clínico. Perde-se a precisão, o que torna os diagnósticos menos específicos. Daí os diagnósticos falso-positivos, que podem causar um grande alarme no paciente”.

E, para isso, o conjunto de dados clínicos e exames é muito importante. Quanto a especificar os diversos tipos de câncer e o maior ou menor grau de dificuldade para isso, o médico assinala que o diagnóstico final é quase sempre por uma biópsia. “Às vezes a interpretação não é perfeita. Para linfoma, por exemplo, é comum pedirmos a opinião de mais de um patologista para fecharmos um diagnóstico. Outra coisa: muitas vezes é difícil retirar um pedaço de um tumor, pela sua localização”.

Nesses casos, pode ser necessário realizar técnicas de laparoscopia, toracoscopia, cirurgias ou mesmo um diagnóstico por meios indiretos são empregados.

Existem casos de câncer mais difíceis de ser diagnosticados que outros, e também aqueles mais difíceis de ser curados, apesar de sabermos que o mecanismo básico de evolução da doença (a reprodução de células anormais) é o mesmo. São questões ainda difíceis de ser compreendidas e mais difíceis ainda de ser respondidas.

“Podemos ter resultados diferentes, com o mesmo tratamento, para o mesmo tipo de tumor, em pessoas diferentes. Uns podem se curar e outros, não. É a sensibilidade individual? Características genéticas? Co-fatores? A medicina ainda não sabe”.

O principal aprendizado nisso tudo é que não devemos comparar nossa doença com a dos outros – mesmo que tenha o mesmo nome. O importante é fazer o melhor tratamento disponível, para obtenção do melhor resultado possível.

Sobre novidades em tecnologia terem importância relevante no diagnóstico de doenças ainda desconhecidas, o médico comenta: “Sim. Com novas tecnologias, acredito que não só vamos poder diagnosticar as coisas precocemente, como também explicar porque as doenças acontecem.

Um exemplo é a tecnologia de microarray, aparelhos que, com alta tecnologia, podem detectar, em determinadas situações, quais os genes que ‘acendem’ ou ‘apagam’. Estabelece-se, assim, um determinado padrão para determinadas situações, doenças ou tratamentos. Por meio desse conhecimento genético, podemos dizer que, em duas pessoas sob o mesmo risco, uma desenvolve determinada doença. E mais ainda: que umas respondem a determinados tratamentos e outras não”.


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