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53% dos pacientes tratados pelo SUS tiveram dificuldade para obter o diagnóstico de linfoma
Por Nina Melo
O Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas é celebrado anualmente em 15 de setembro e, como o próprio nome sugere, o principal objetivo dessa data é conscientizar a população sobre a importância de identificar precocemente os sintomas da doença, ajudando a facilitar o seu tratamento e aumentar as chances de cura.
Por conta disso, a ABRALE chama atenção para um dado preocupante extraído por meio de um levantamento recente feito pelo Departamento de Pesquisa da instituição, com 154 pacientes de todo o Brasil. O estudo revelou que 53% dos pacientes tratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tiveram dificuldades para obter o diagnóstico da doença. Dentro desta dificuldade está o tempo em que o paciente demorou para ser diagnosticado após a suspeita de linfoma: 33% levou de 1 a 3 meses, seguido de 16% que demorou até 6 meses. As dificuldades, no entanto, não param por aí: 28% levam de 1 a 3 meses para iniciar o tratamento após a confirmação da doença. Além disso, 27% teve dificuldade de realizar o exame PETSCAN, fundamental para definir o estágio da doença.
Sabemos que o diagnóstico precoce de qualquer câncer eleva muito as chances de cura e com o linfoma não é diferente. Este tipo de câncer hematológico é dividido basicamente em dois tipos, o linfoma de Hodgkin (LH) e o linfoma não-Hodgkin (LNH) e, ambos, têm taxas elevadas de cura se diagnosticados precocemente.
Linfoma de Hodgkin
Este primeiro tipo compreende cerca de 20% dos casos da doença, podendo ocorrer em qualquer idade, mas os jovens de 25 a 30 anos são a maioria. Para 2018, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são esperados 2.530 casos, onde 44% deles se concentra na região sudeste.
Segundo o levantamento feito pela ABRALE, 17% dos pacientes com LH precisaram interromper o tratamento em algum momento por falta de medicação e, destes, 75% foi por conta de Bleomicina, que compõe o protocolo ABVD, usado como como primeira linha de tratamento.
Linfoma não-Hodgkin
Este é o tipo mais comum e representa 80% dos casos de linfoma. O LNH representa mais de 40 subtipos que podem surgir em diferentes partes do corpo. Para este tipo, o INCA estima 10.180 novos casos em 2018, ocupando a 11ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes, excluindo o câncer de pele não-melanoma. São esperados 50% dos casos somente na região sudeste.
Já entre os nossos pacientes de LNH, 13% precisou interromper o tratamento em algum momento por falta de medicação, com 33% por causa do Rituximabe e a Bleomicina e o Ibrutinibe empataram, ambos com 11%.
Fonte: ABRALE.