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Tecnologia de vacinas contra a Covid pode abrir caminho para o tratamento de outras doenças

Tecnologia presente nas vacinas de RNA mensageiro ganhou impulso e investimento na pandemia

A tecnologia de algumas vacinas contra o coronavírus pode ser de grande ajuda para o tratamento de outras doenças.

É graças a elas que milhares de pessoas no Brasil e no mundo estão protegidas contra a gravidade da Covid-19. Mas a tecnologia contida em vacinas como a da Pfizer e da Moderna pode ir muito além do combate à pandemia. Pode ajudar a conter e tratar várias doenças que são antigos desafios para a medicina e a ciência.

Essas vacinas de RNA, de RNA mensageiro, abrem muitas novas perspectivas tanto no tempo, no desenvolvimento, quanto na amplitude, ampliação”, afirma Sotiris Missailidis, vice-diretor desenvolvimento tecnológico de Bio-Manguinhos/Fiocruz.

Ele conta que pesquisadores já vinham trabalhando com a tecnologia do RNA mensageiro para tratar o câncer e combater dengue, zika e chicungunya. Com a pandemia, o foco no momento é a urgência, e duas vacinas contra Covid com essa tecnologia estão sendo desenvolvidas na Fiocruz, sendo uma contra diversas variantes do coronavírus.

É que a tecnologia do RNA mensageiro que vinha sendo desenvolvida há mais de 20 anos ganhou impulso e investimento na pandemia e saiu dos laboratórios por ser eficaz e muito fácil de adaptar.

O RNA carrega instruções, a informação necessária para que o nosso sistema imunológico produza a proteína do vírus, da bactéria ou do causador da doença que se quer atacar. Ao conseguir sintetizar e embalar o RNA em partículas de gordura, os cientistas encontraram uma forma de levar para as células a receita que desencadeia a produção de anticorpos.

A oncologista Rachel Riechelmann, do Hospital AC Camargo de São Paulo, explica que a estratégia já é testada em várias partes do mundo contra leucemia e diversos tipos de câncer usando a proteína ou mutação da célula responsável pela doença.

Os cientistas identificam a mutação específica que causa determinado tumor e usam o RNA mensageiro para copiar uma parte dessa mutação. Essa cópia do RNA produzido em laboratório é injetada no corpo do paciente. O sistema imunológico dele reconhece a mutação e age contra ela.

“Como ela está presente no tumor, então o sistema imunológico do paciente ataca o próprio tumor. São vacinas personalizadas. Para cada paciente, precisa identificar o tumor daquela pessoa, quais são as proteínas, as mutações, que vão ser usadas para confeccionar a vacina’, explica Rachel Riechelmann.

 

Fonte: G1.Globo/ Jornal Nacional 

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