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O que são cuidados paliativos?
De acordo com a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), os cuidados paliativos podem ser fornecidos tanto em ambientes hospitalares quanto nas casas dos pacientes
Na medicina, é muito comum escutar o termo cuidados paliativos e, normalmente, é visto como algo muito negativo. Isso porque, neste momento, o estado do paciente é crítico e a vida está em risco por causa de alguma doença específica, como um câncer em estágio avançado e incurável.
No entanto, há muito que fazer para garantir conforto a uma pessoa que recebe estes cuidados. Isso porque o principal conceito – que guia os cuidados paliativos – é promover a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares através da prevenção e alívio do sofrimento. Nesse ponto, o mais importante não é a duração da vida, mas a qualidade.
‘Cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais’, define a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Considerando a carga devastadora de sintomas físicos, emocionais e psicológicos que se avolumam no paciente com doença terminal, faz-se necessária a adoção precoce de condutas terapêuticas dinâmicas e ativas, respeitando-se os limites do próprio paciente frente a sua situação de incurabilidade”, explica o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Inclusive, equipes multidisciplinares são convocadas para o atendimento dos pacientes. Em outras palavras, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas podem ser aliados, enquanto buscam melhorias para a vida do paciente.
Como funciona o cuidado paliativo em casos de câncer?
Entre os exemplos possíveis da aplicação de cuidados paliativos, o Inca explica como estes devem se, por exemplo, para uma paciente com câncer do colo do útero, de forma incurável. Nesse contexto, o instituto recomenda os seguintes níveis de atuação:
- Os profissionais de saúde devem fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes da paciente, como astenia, anorexia, dispneia e outras emergências oncológicas;
- Discussões sobre a vida e a morte como processos naturais devem ser promovidas, inclusive integrando aspectos psicológicos, sociais e espirituais – caso desejado;
- Não apressar ou adiar a morte;
- É fundamental oferecer uma rede de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente, em seu próprio ambiente;
- Devem ser possibilitadas ao paciente formas de viver o mais ativamente possível até sua morte;
- Buscar entender as necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e as respectivas famílias, o que inclui formas de aconselhamento e suporte ao luto.
Cuidados paliativos ocorrem no hospital ou em casa?
De acordo com a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), os cuidados paliativos podem ser fornecidos tanto em ambientes hospitalares quanto nas casas dos pacientes, dependendo das necessidades de cada caso.
É muito importante que os sintomas do paciente sejam avaliados rotineiramente, indo além de possibilitar que ele tenha o mínimo de impacto possível em seu dia a dia, mas também para preparar a família para o acompanhamento dessa nova rotina”, explica a Abrale.
Vale destacar que, inicialmente, os cuidados paliativos foram pensados apenas para o tratamento oncológico. No entanto, eles podem ser aplicados para outras doenças que ameacem a vida por serem progressivas ou incuráveis, como as neurogedenerativas, por exemplo.
Fonte: Canaltech