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Nova opção de combate à COVID-19 é aprovada no Brasil
Última atualização em 29 de julho de 2022
A indicação é específica para pessoas imunocomprometidas, incluindo os pacientes com câncer
Os casos da COVID-19 estão aumentando no país e proteger a população é essencial para que não aconteça a disseminação em massa do vírus SARS-CoV-2 e suas variantes.
As vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) são um dos principais meios para evitar a contaminação em sua forma grave. Porém, mesmo que indicadas para pacientes imunossuprimidos, como aqueles que fazem tratamento oncológico, é possível que a resposta imunológica não aconteça da maneira esperada.
Novas opções profiláticas contra a COVID-19 estão surgindo e dentre elas, no dia 24 de fevereiro, foi aprovado pela ANVISA um medicamento composto pelos anticorpos monoclonais cilgavimabe + tixagevimabe, que aumenta a resistência contra o vírus em pessoas imunocomprometidas graves em decorrência de problemas de saúde, incluindo o câncer. A autorização é temporária para uso emergencial, em caráter experimental.
Indicação
É indicado para indivíduos adultos e pediátricos (acima dos 12 anos de idade), que não tiveram exposição recente ao Sars-CoV-2 e que possuam comprometimento imunológico moderado a grave devido a alguma condição médica e/ou ao recebimento de medicamentos ou tratamentos imunossupressores e que possam não apresentar uma resposta imunológica adequada à vacinação contra a COVID-19.
É importante salientar que as pessoas imunossuprimidas são mais propensas a ter uma resposta imunológica menor aos imunizantes contra a COVID-19 e, por isso, ficam mais vulneráveis a desenvolverem infecção na forma grave, caso sejam infectadas.
Sendo assim, o medicamento pode ser usado por pacientes:
- Em tratamento ativo para tumores sólidos e malignidades hematológicas.
- Em recebimento de transplante de órgão sólido e terapia imunossupressora.
- Em recebimento de receptor de antígeno quimérico (CAR), as chamadas “células CAR-T”, ou transplante de células-tronco hematopoiéticas (dentro de dois anos após o transplante ou ao longo de terapia de imunossupressão).
- Portadores de imunodeficiência primária moderada ou grave (por exemplo, síndrome de DiGeorge e síndrome de Wiskott-Aldrich).
- Portadores de infecção por HIV avançada ou não tratada.
- Em tratamento ativo com corticoides em altas doses, entre outros agentes alquilantes, antimetabólicos, medicamentos imunossupressores relacionados ao transplante ou agentes quimioterápicos do câncer classificados como gravemente imunossupressores, além de medicamentos anti-fator de necrose tumoral e outros agentes biológicos que são imunossupressores ou imunomoduladores.
Mas atenção! O novo medicamento não substitui a vacinação.
Como funciona
A nova opção terapêutica é composta pela combinação de dois anticorpos monoclonais IgG1 humano (tixagevimabe e cilgavimabe), derivados de células B doadas por pacientes que tiveram COVID-19. Estes anticorpos são modificados em laboratório e utilizados de forma a se ligarem à proteína spike do vírus, para impedir que ele se replique, neutralizando-o e, assim, evitando que a infecção se agrave. O medicamento é injetável por via intramuscular, a princípio, uma única vez.
Segurança contra COVID-19
Os dados do estudo demonstraram um perfil de segurança satisfatório. Mas para a ANVISA, ainda será preciso monitorar por algum tempo eventuais reações que podem resultar do uso do medicamento, principalmente entre adolescentes.
Referências:
1 Bruel, T, Hadjadj, G, et al. Serum neutralization of SARS-CoV-2 Omicron sublineages BA.1 and BA.2 in patients receiving monoclonal antibodies. Nat. Med. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41591-022-01792-5
2. Haidar G, Mounzer A, et al. Prospective evaluation of COVID-19 vaccine responses across a broad spectrum of immunocompromising conditions: the COVICS study, Clinical Infectious Diseases, 2022; ciac103. Disponível em: https://doi.org/10.1093/cid/ciac103
3. Agência Brasil – ANVISA.2022. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2022-02/anvisa-aprova-remedio-contra-covid-19-para-imunocomprometidos
Fonte: Comunicação Abrale