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Projeto busca cortar pela metade custo de tratamento para mieloma múltiplo

Empresa usa novos materiais na síntese de quimioterápico para mieloma múltiplo, o que pode gerar economia de 30% a 50% em tempo e investimento

câncer, CAR-T

Um projeto pioneiro visa produzir carfilzomibe, medicamento quimioterápico para tratar mieloma múltiplo, por um processo 30% a 50% mais rápido e barato. O desenvolvimento de uma nova rota sintética para obtenção do fármaco é resultado de parceria entre uma empresa-filha da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e spin-off do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Cada frasco de 60 mg do carfilzomibe custa em média R$ 6,5 mil. Em três anos –tempo estimado de tratamento–, o paciente pode gastar mais de R$ 800 mil. Segundo estudo da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2020 a 2024 o mieloma múltiplo foi o segundo tipo de câncer de sangue mais comum no mundo. No Brasil, 45% dos casos ocorrem em pessoas acima de 65 anos.

O projeto está em fase laboratorial, com testes para escalonamento industrial, e alavancou R$ 787,5 mil em recursos da Embrapii e da spin-off. Sua conclusão está prevista para 2026.

A produção de carfilzomibe utiliza organocatalisadores, fotocatalisadores e outros materiais que aceleram reações químicas. No projeto, são avaliados catalisadores de última geração para tornar as reações mais rápidas e seletivas. Em reações de epoxidação assimétrica –etapa essencial na síntese do medicamento– tais catalisadores podem reduzir desperdícios e evitar o uso de metais no processo produtivo.

Em vez de realizar reações em soluções líquidas, o projeto utiliza um suporte sólido (como pequenas esferas de resina) para “ancorar” as moléculas durante a síntese. Isso permite construir o remédio de forma sequencial, evitando etapas demoradas de purificação. A técnica reduz o uso de solventes e simplifica o processo, cortando custos.

A substituição da síntese em fase líquida pela síntese em fase sólida, aliada ao uso de catalisadores, pode resultar em uma economia de 30% a 50% em tempo e custos operacionais. A redução se deve à menor necessidade de purificações entre os ciclos de acoplamento, maior automação –que diminui o tempo de trabalho manual–, menor demanda por solventes e reagentes e facilidade de escalonamento.

Fonte: Agência Fapesp

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