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ASH 2025: terapias biológicas e alvos específicos são o maior destaque de congresso científico
Cenário onco-hematológico se afasta de quimioterapias e tratamentos com alta toxicidade para o paciente

Entre 6 e 9 de dezembro, foi realizado o American Society of Hematology (ASH) 2025, em Orlando, nos Estados Unidos, evento onde pesquisadores e hematologistas compartilham as mais recentes tecnologias em diagnóstico e tratamento de cânceres do sangue. A Abrale marcou presença e agora traz para você algumas das novidades.
Um estudo que chamou a atenção de Fábio Pires, hematologista no Hospital Israelita Albert Einstein, investiga o uso de inteligência artificial e da análise de DNA para diagnosticar rapidamente o tipo de câncer do sangue dos pacientes.
Essa tecnologia “consegue dizer o tipo de doença onco-hematológica, se é leucemia, se é linfoma, e que tipo de leucemia e linfoma que o paciente tem em questão de duas horas”, destaca. O exame é feito por meio de um teste no sangue.
Para o tratamento dos cânceres do sangue, as terapias com alvos específicos, como as imunoterapias e o CAR-T cell, tiveram grande destaque no ASH 2025. Marina Aguiar, médica hematologista, comenta que “hoje em dia, não temos mais um protocolo único que a gente faz pra todo mundo. É tudo muito individualizado de acordo com a idade, as comorbidades e o perfil genético desses pacientes”.
Segundo a hematologista, os medicamentos alvo-específicos trazem melhores resultados, menor toxicidade e maior efetividade.
Phillip Scheinberg, médico hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, entende que atualmente existe uma junção de dados e estudos clínicos que está mudando o cenário das principais doenças onco-hematológicas. Para ele, o curioso é que a melhora no contexto onco-hematológico cada vez menos está relacionada com o uso de terapias convencionais, como a quimioterapia.
“Todos estão estudando terapias biológicas, alvo, com ou sem associação à terapia celular, ou anticorpos, que também conseguem estimular o sistema imunológico”.
Rafael Gaiolla, professor de Hematologia da Faculdade de Medicina da Unesp Botucatu, conta que os medicamentos bi-específicos, que incentivam o sistema imunológico e matam as células cancerígenas, tiveram resultados muito importantes, principalmente em relação aos linfomas.
“Esses medicamentos têm revolucionado o cenário dos linfomas tanto na primeira linha, ou seja, aqueles pacientes que não realizaram nenhum tratamento ainda, como naqueles já submetidos a tratamentos anteriores”, afirma.
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