Saiba tudo sobre o que é e como é Transplante de Medula Óssea
Você certamente já ouviu falar sobre Transplante de Medula Óssea ou TMO. Hoje chamado por transplante de células-tronco hematopoéticas, é um procedimento utilizado para substituir a medula óssea do paciente que não está funcionando adequadamente porque foi acometida por doenças.
Entenda o funcionamento da Medula Óssea
A medula óssea, conhecida como tutano, é um tecido líquido-gelatinoso localizado dentro dos ossos, responsável por fabricar todos os elementos do nosso sangue.
É na medula óssea que nascem as células-tronco hematopoéticas, que na maturidade, passam por processo de diferenciação, tornando-se glóbulos brancos (que combatem infecções), vermelhos (que carregam o oxigênio), e plaquetas (que ajudam na coagulação). Aí, sim, estarão preparadas para serem lançadas na corrente sanguínea.
O que ocorre quando acontece uma falha na Medula Óssea?
O problema da maior parte das doenças do sangue é uma falha nesse mecanismo, quando essas células sofrem uma mutação (normalmente sem causa conhecida), perdem suas funções e começam a atrapalhar o sistema. Pois nesse momento, o transplante entra como uma opção para combater esse transtorno e repovoar a medula com células saudáveis.
Quando fazer Transplante de Medula Óssea?
O Transplante de Medula Óssea é um procedimento, entre os que possibilitam a cura para algumas doenças hematológicas malignas, benignas e também neoplasias não hematológicas e doenças autoimunes.
Para alguns casos, o transplante é indicado logo no início. Em outros, essa opção só será aplicada se os primeiros tratamentos não apresentarem resultado. O especialista é quem saberá quando indicá-lo.
Quais as formas de transplante de células-tronco que existem?
As fontes de células-tronco para o transplante são:
- Transplante de medula óssea,
- de sangue periférico e
- cordão umbilical.
Importante! Se você é um candidato ao transplante, não hesite em tirar todas as suas dúvidas sobre o procedimento com seu médico.
Tem indicações para transplante de Medula Ossea, pacientes que estão em tratamento de um câncer do sangue, como a leucemia, linfoma, mieloma múltiplo e mielodisplasia, além de pessoas com outras doenças do sangue e autoimunes. Mas tudo irá depender de alguns fatores, como a necessidade de se realizar o procedimento, condições clínicas do paciente, idade e se há um doador compatível (caso o transplante escolhido for o alogênico).
Importante! O médico responsável é quem dirá se há ou não indicação para o procedimento.
O que é Transplante Autólogo de Medula Óssea
Ele é feito com as próprias células do paciente. As células-tronco são coletadas por meio de uma veia, congeladas e armazenadas (criopreservação).
Procedimentos para o paciente de Medula Óssea Autólogo
Condicionamento para o Transplante Autólogo
Após a coleta e criopreservação, o paciente é submetido ao condicionamento, um processo de preparo para o recebimento da medula óssea do doador. O paciente será submetido a um regime de quimioterapia em altas doses com o intuito de destruir a medula óssea do próprio paciente e de reduzir a imunidade para que seja evitada a rejeição.
Serão utilizados medicamentos extremamente potentes no combate ao câncer, com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes.
O uso de cateteres geralmente é necessário para a administração destes medicamentos.
Alguns efeitos colaterais podem acontecer durante o tratamento com os quimioterápicos, como enjoo e vômito, diarreia, obstipação (intestino preso), alteração no paladar, boca seca, feridas na boca e dificuldade para engolir. Mas saiba que existem alternativas para amenizá-los.
A queda do Cabelo | Porque o Cabelo cai com a Quimioterapia?
A queda de cabelo também costuma acontecer, pois a quimioterapia atinge as células malignas e também as saudáveis, em especial as que se multiplicam com mais rapidez, como os folículos pilosos, responsáveis pelo crescimento dos cabelos. Nessa fase, busque por alternativas como lenços, bonés, chapéus ou perucas, caso se sinta mais à vontade.
Fique de olho na Imunidade!
A imunidade baixa, comum a esta fase do tratamento, pode facilitar o surgimento das infecções. A febre é o aviso de que um processo infeccioso está começando, então não deixe de procurar seu médico. Se for necessário, medicamentos serão administrados. Mas com pequenos cuidados, como lavar as mãos com frequência, você pode evitar que essas temidas infecções apareçam.
Transplante
Após este processo, as células-tronco do paciente previamente coletadas são descongeladas e infundidas no próprio paciente, por meio de um processo parecido com uma transfusão de sangue. Lembrando que estas células, por estarem doentes, precisarão ser “tratadas” e passarão por um processo de irradiação antes de voltarem para o paciente.
Pós-Transplante
O transplante não acaba quando termina. Esta fase é conhecida como aplasia medular, devido à queda do número de todas as células do sangue. Nos 100 primeiros dias após o TMO, o paciente fica mais predisposto a infecções (neutropenia) e passa a receber inúmeros antibióticos, além de medicamentos que estimulam a produção dos glóbulos brancos (que combatem as bactérias e vírus). Neste período, se perceber o surgimento de febre, calafrios, mudança no aspecto das fezes e da urina, enjoos, dores e sangramentos, entre em contato com o médico.
Mas é possível prevenir estes problemas:
- Evite contato com animais, plantas e pessoas com doenças contagiosas, como catapora, sarampo e até mesmo a gripe
- Também evite contato com piscinas, lagoas e praias, pois algumas infecções podem ser transmitidas por germes encontrados nestes locais
- Reforce os cuidados com a higiene corporal
- Use máscara em lugares públicos, muito movimentados
- Limite o número e frequência de visitas
- Lave sempre as mãos
- Procure não utilizar lâminas para se barbear ou depilar
- Melhor não retirar as cutículas
- Escove delicadamente os dentes
O paciente de transplante Autólogo e a Pega da Medula
O procedimento do transplante de medula no paciente autólogo é parecido com uma transfusão de sangue. Após o procedimento, a medula óssea fica “destruída”, por isso será necessário realizar transfusão de hemácias, plaquetas, além de receber antibióticos e fatores estimuladores de células de defesa, por aproximadamente 2-4 semanas até que ocorra a “pega medular”.
O que é Transplante Alogênico de Medula Óssea
É realizado a partir das células-tronco de um doador, seja ele da família ou não. O grau de compatibilidade é determinado por um conjunto de genes localizados no cromossomo de número 6.
A análise é realizada em laboratório, a partir de amostras de sangue do doador e paciente, chamado de exame de histocompatibilidade (HLA).
Os irmãos do paciente são os familiares que têm mais chance de serem 100% compatíveis, pois receberam 50% da carga genética do pai e 50% da carga genética da mãe, assim como o paciente. Caso os irmãos não sejam 100% compatíveis, é mais fácil encontrar um doador no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea), onde já existem mais de 3 milhões de cadastrados.
Transplante Alogênico Aparentado
Quando o doador de medula é um familiar o transplante é chamado de alogênico aparentado. Quando o doador não é da família, chama-se transplante alogênico não aparentado.
Transplante Alogênico Haploidêntico
Nos casos em que não se encontra um irmão 100% compatível e não se encontra um doador no banco de medula, é possível realizar um transplante com doadores 50% compatíveis, geralmente feito por meio do pai e da mãe, chamado de transplante haploidêntico.
Também há o transplante de cordão umbilical.
Procedimentos para o doador de Medula Óssea
A coleta pode ser feita de duas maneiras:
1. COLETA DE CÉLULAS-TRONCO POR PUNÇÃO
As células-tronco serão retiradas por uma agulha, por meio de punção no osso da bacia. O procedimento dura em média 60 minutos, e é feito sob anestesia. Após o término, o doador fica em observação. Uma avaliação pré-operatória verifica as condições clínicas e cardiovasculares, visando a orientar a equipe anestésica envolvida no procedimento operatório.
Quais os sintomas para o doador de medula após o procedimento?
Os sintomas que podem ocorrer após a doação – dor local, astenia (fraqueza temporária), dor de cabeça – em geral são passageiros e controlados com medicamentos simples, como analgésicos.
2. COLETA DE CÉLULAS-TRONCO POR DOAÇÃO DE SANGUE
As células-tronco são retiradas pela veia. Aqui, o doador recebe um remédio por aproximadamente 5 dias, para aumentar a produção das células-tronco e fazer com que elas passem a circular no sangue. Depois, por meio da veia do doador, o sangue passará por uma máquina de centrifugação e filtração que retira as células-tronco. Este processo de coleta dura de 4 a 6 horas e é similar a uma doação de sangue.
3. COLETA DE CÉLULAS-TRONCO PELO CORDÃO UMBILICAL
O sangue presente no cordão umbilical (cerca de 70 – 100ml) é drenado para uma bolsa de coleta. Em seguida, no laboratório, as células-tronco são separadas e preparadas para o congelamento e/ou uso.
Procedimentos para o paciente de Medula Óssea
Condicionamento para o Transplante Alogênico
É um processo de preparo para o recebimento da medula óssea do doador. O paciente será submetido a um regime de quimioterapia em altas doses com o intuito de destruir a sua própria medula óssea, reduzindo a imunidade para que seja evitada a rejeição.
Serão utilizados medicamentos extremamente potentes no combate ao câncer, com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes.
Efeitos Colaterais da Quimioterapia em pacientes em tratamento para Transplante de Medula Óssea
Alguns efeitos colaterais podem surgir, como enjoo, diarreia, obstipação, alteração no paladar, boca seca, feridas na boca e dificuldade para engolir. Mas saiba que existem alternativas para amenizá-los. A nutrição é uma importante aliada na melhora de cada um deles, e por isso a Abrale fez uma seleção de alimentos que vão ajudar bastante neste momento.
Porque o cabelo cai durante a quimioterapia?
A queda de cabelo também costuma acontecer, pois a quimioterapia atinge as células malignas e também as saudáveis, em especial as que se multiplicam com mais rapidez, como os folículos pilosos, responsáveis pelo crescimento dos cabelos. Nessa fase, busque por alternativas como lenços, bonés, chapéus ou perucas, caso se sinta mais à vontade.
Porque os pacientes em Quimioterapia ficam vulneráveis às infecções?
A imunidade baixa, comum a esta fase do tratamento, pode facilitar o surgimento das infecções. A febre é o aviso de que um processo infeccioso está começando, então fique atento e avise o médico imediatamente. Se for necessário, medicamentos serão administrados.
FIQUE ATENTO À HIGIENE E EVITE A INFECÇÃO! pequenos cuidados, como lavar as mãos com frequência, podem evitar que as temidas infecções apareçam.
Como é o Transplante Alogênico
Em seguida, as células-tronco doadas serão infundidas no paciente, com a finalidade de reconstituir a fabricação das células saudáveis. O procedimento se parece com uma “transfusão de sangue”. A nova medula óssea fica em uma bolsa. No caso de medula previamente congelada, utiliza-se um líquido conservante, que também pode causar alguns desconfortos, como náusea, vômitos, sensação de calor e formigamento. Mas o paciente será monitorado a todo momento.
Normalmente, o paciente permanece internado por mais de 15 dias, para o acompanhamento da evolução no tratamento.
Importante! Se você é um candidato ao transplante, não hesite em tirar todas as suas dúvidas sobre o procedimento com seu médico.
Como é a vida de pacientes submetidos a Transplante Alogênico
O transplante não acaba quando termina. Esta fase é conhecida como aplasia medular, devido à queda do número de todas as células do sangue. Nos 100 primeiros dias após o TMO, o paciente fica mais predisposto a infecções (neutropenia) e passa a receber antibióticos e antivirais para prevenir que tais infecções ocorram, além de medicamentos que estimulam a produção dos glóbulos brancos (que combatem as bactérias e vírus). Neste período, se perceber o surgimento de febre, calafrios, mudança no aspecto das fezes e da urina, enjoos, dores e sangramentos, entre em contato com o médico.
Cuidados importantes com pacientes que fizeram Transplante Alogênico
Para prevenir estes problemas:
- Evite contato com animais, plantas e pessoas com doenças contagiosas, como catapora, sarampo e até mesmo a gripe
- Também evite contato com piscinas, lagoas e praias, pois algumas infecções podem ser transmitidas por germes encontrados nestes locais
- Reforce os cuidados com a higiene corporal
- Use máscara em lugares públicos, muito movimentados
- Limite o número e frequência de visitas
- Lave sempre as mãos
- Evite lâminas para se barbear ou depilar
- Evite retirar cutículas
- Escove delicadamente os dentes
O paciente de transplante alogênico durante a pega da medula
Quando a medula óssea começa a funcionar novamente (geralmente em torno de 2-4 semanas após a infusão) pode-se dizer que houve a pega da medula, ou seja, o transplante obteve sucesso e a medula voltou a funcionar perfeitamente.
ATENÇÃO! O monitoramento médico continua sendo essencial, pois mesmo após um ano de procedimento, pode vir a aparecer alguma complicação tardia.
Quando o paciente que passa por Transplante Alogênico tem alta?
Quando a medula óssea estiver funcionando bem, ou seja, produzindo as células do sangue que protejam o paciente contra infecções e hemorragias.
O paciente de transplante alogênico após a pega da medula
O paciente fica sob uso de medicamentos imunossupressores, portanto ainda poderá apresentar sintomas de infecção como febre, calafrios, mal-estar, tosse e alterações urinárias. Mas é a doença do enxerto x hospedeiro o que mais preocupa.
Como ocorre o Transplante de Medula Singênico?
O procedimento do TMO Singênico é exatamente o mesmo do alogênico, porém, nesse caso o doador e o receptor são irmãos gêmeos univitelinos.
O que é a Doença do Enxerto x hospedeiro?
Cerca 50% dos pacientes que realizam o transplante alogênico apresentam essa doença cerca de três meses após o procedimento. Ela acontece porque a nova medula óssea, provinda do doador, passa a reconhecer os órgãos do paciente como estranhos e, automaticamente, iniciam um ataque contra eles. São dois os tipos:
Doença do Enxerto x hospedeiro Aguda
Ocorre geralmente nos primeiros três meses após o procedimento. Pele, intestino e fígado são os órgãos mais frequentemente acometidos. Pode causar:
- Manchas vermelhas nas mãos, pés e rosto
- Manchas espalhadas pelo corpo
- Erupções na pele
- Febre
- Diarreia
- Dores abdominais
- Icterícia (coloração amarelada da pele e mucosas devido alterações no fígado)
Doença do Enxerto x hospedeiro Crônica
Em geral ocorre após 3-4 meses do transplante e pode durar anos. Os principais órgãos acometidos são pele, mucosas, articulações e pulmão. Seus principais sintomas são:
- Lesões nestes órgãos, causando até falta de ar
- Enrijecimento e escurecimento da pele
- Coceira pelo corpo
- Boca seca e sensível
- Olhos secos
- Secura vaginal
Para amenizá-los:
- Não se exponha ao Sol nesta fase, pois a pele estará muito sensível
- Use chapéu e sombrinha quando for sair de casa, além, é claro, de utilizar filtro solar (em gel e livre de óleo)
- Opte por sabonete hidratante sem perfume
- Cremes hidratantes sem álcool também ajudam
- Evite o uso de maquiagem e perfumes, pois podem irritar a pele
- Umedeça os lábios com hidratante labial, com manteiga de cacau ou óleo mineral
- Para a secura vaginal é possível utilizar lubrificantes (mas não esqueça de utilizar camisinha, para não correr riscos de infecções)
Citomegalovírus no transplante de medula óssea
O citomegalovírus, ou apenas CMV, é um vírus bastante comum. Ele pertence à família do Herpes Vírus, que é a mesma dos vírus que causam catapora, herpes simples, herpes genital e herpes-zóster.
Sua transmissão pode acontecer de pessoa para pessoa, por meio dos fluídos corporais como sangue, saliva, urina, sêmen e leite materno, quando ativo no corpo.
Na maior parte dos casos, pessoas saudáveis não apresentam sintomas. E, por este motivo, muitas vezes não sabem que estão infectadas pelo vírus. Importante salientar que uma vez em contato com o CMV, para sempre o vírus estará no organismo, ainda que de maneira silenciosa e sem causar complicações.
Já em pacientes imunossuprimidos, como é o caso das pessoas que enfrentam um câncer, a situação já é bastante diferente. Se contaminados pelo citomegalovírus durante o tratamento com quimioterapia e/ou no pós-transplante de medula óssea, ou tiverem nesta fase a ativação do vírus que foi adquirido antes do diagnóstico, podem apresentar problemas graves na região dos olhos, pulmões, fígado, esôfago, estômago e intestino.
Isso acontece porque no paciente oncológico que tem a imunidade comprometida (imunossuprimido), o corpo não consegue reagir adequadamente à infecção ou reativação do CMV.
No caso das complicações graves, os sintomas que podem surgir são:
- Falta de ar
- Alteração da visão e até cegueira
- Dores abdominais
- Diarreia e vômitos
- Infecções nos olhos e pulmões
- Inflamações no fígado, esôfago, estômago e intestino
Falando especificamente sobre a contaminação ou ativação do CMV durante ou após o TMO, é mais comum que aconteça em pacientes que vão receber as células de um doador (transplante alogênico). E nestes casos também é mais agravante e pode até mesmo levar a óbito.
No transplante autólogo (quando as células-tronco são do próprio paciente), há maior incidência quando o paciente é exposto à irradiação em altas doses por todo o corpo, ou fez uso de fludarabina ou 2-clorodeoxiadenosina.
Geralmente, no período após a pega da medula há maior probabilidade de desenvolver a doença por citomegalovírus, justamente porque o corpo ainda está em recuperação.
– Como diagnosticar o citomegalovírus
Existem exames que devem ser realizados para identificar se o paciente é positivo para CMV. São eles:
Sorologia: pesquisa anticorpos contra o vírus. Esses anticorpos são da classe IgM e estão presentes apenas na fase aguda da infecção. Os anticorpos da classe IgG também aparecem na fase aguda, mas persistem por toda a vida.
PCR: detecta a presença do gene do vírus, mas costuma ser usado em pacientes com alto risco de infecções graves.
Antigenemia para CMV: encontra proteínas específicas do vírus dentro das células do sangue.
– Teste para CMV
Todos os pacientes que receberem indicação para a realização do TMO, com ou sem doador, devem fazer o teste chamado de dosagem sérica de IgG para CMV antes e após o procedimento. Ele irá determinar o risco para infecção primária ou reativação do vírus após o transplante.
– Tratamento para citomegalovírus no TMO
A terapia utilizada, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS), é considerada preemptiva, ou seja, ela será indicada quando há a identificação do citomegalovírus nos testes específicos. O objetivo é fazer com que o vírus não seja ativado e, portanto, não cause a doença por CMV.
Os medicamentos disponíveis no sistema público de saúde são o valganciclovir e o ganciclovir. Eles devem ser iniciados quando houver a detecção precoce do CMV, possibilitando reduzir o risco de desenvolvimento das formas graves da doença.
Outra opção já aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o letermovir, usado para evitar que pacientes adultos transplantados de medula óssea fiquem doentes por conta do CMV. Este medicamento impede que o vírus se multiplique no organismo.
Fontes:
https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2022/sociedade/20221214_rs_367_letermovir_citomegalovirus_final.pdf
https://ibcc.org.br/por-que-o-citomegalovirus-e-uma-ameaca-para-o-paciente-que-sera-ou-foi-submetido-ao-tmo/
Quais locais no Brasil realizam transplante de medula óssea?
No Brasil, são 123 centros especializados no transplante de medula óssea (ano base 2022):
UF | Estabelecimento | Categoria |
BA | Hospital Martagão Gesteira | Medula Aut |
BA | Hospital São Rafael | Medula Aut/Ap |
BA | Hospital Universitário Professor Edgard Santos | Medula Aut/Ap |
CE | Hospital Antônio Prudente | Medula Aut/Ap |
CE | Hospital Cura d’Ars | Medula Aut/Ap |
CE | Hospital Monte Klinikum | Medula Aut |
CE | Hospital Unimed Fortaleza | Medula Aut/Ap/Nap |
CE | Hospital Universitário Walter Cantídio | Medula Aut/Ap/Nap |
DF | Hospital DF Star | Medula Aut/Ap/Nap |
DF | Hospital Brasília | Medula Aut/Ap/Nap |
DF | Hospital da Criança de Brasília José Alencar | Medula Aut |
DF | Hospital Santa Lúcia | Medula Aut |
DF | Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal | Medula Aut/Ap/Nap |
DF | Hospital Sírio-Libanês Brasília Unidade IV | Medula Aut/Ap/Nap |
ES | Hospital Santa Rita de Cássia | Medula Aut/Ap |
GO | Santa Mônica Centro Clínico e Medicina Diagnóstica | Medula Aut |
GO | Hospital do Câncer de Goiás – HCG | Medula Aut/Ap |
GO | Unidade Goiânia – Hospital Israelita Albert Einstein | Medula Aut |
MG | Hospital de Clínicas de Itajubá | Medula Aut |
MG | Instituto Mário Penna | Medula Aut |
MG | Biocor Instituto | Medula Aut/Ap/Nap |
MG | Hospital das Clínicas da UFMG | Medula Aut/Ap/Nap |
MG | Hospital de Clínicas da UFTM | Medula Aut |
MG | Hospital de Clínicas de Uberlândia | Medula Aut |
MG | Hospital do Câncer de Muriaé | Medula Aut |
MG | Hospital Felício Rocho | Medula Aut/Ap/Nap |
MG | Rede Mater Dei de Saúde – Mater Dei Contorno | Medula Aut/Ap/Nap |
MG | Hospital Monte Sinai | Medula Aut/Ap/Nap |
MG | Santa Casa de Montes Carlos | Medula Aut |
MG | Hospital Santa Genoveva | Medula Aut |
MG | Hospital Universitário UFJF | Medula Aut/Ap/Nap |
MG | ONCOBIO | Medula Aut/Ap/Nap |
MG | Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte | Medula Aut/Ap/Nap |
MG | Hospital Socor | Medula Aut/Ap/Nap |
PA | Hospital HSM | Medula Aut |
PA | Hospital Ophir Loyola | Medula Aut |
PB | Hospital Municipal Nossa Senhora Das Neves | Medula Aut/Ap |
PE | Hospital Memorial São José | Medula Aut/Ap |
PE | Hospital Santa Joana Recife | Medula Aut/Ap |
PE | IMIP | Medula Aut/Ap/Nap |
PE | Real Hospital Português | Medula Aut/Ap/Nap |
PR | Complexo Hospital de Clínicas UFPR | Medula Aut/Ap/Nap |
PR | Hospital Nossa Senhora das Graças – HNSG | Medula Aut/Ap/Nap |
PR | Hospital Angelina Caron (HAC) | Medula Aut/Ap |
PR | Hospital Uopeccan de Cascavel | Medula Aut |
PR | Hospital do Câncer de Maringá | Medula Aut |
PR | Hospital Erasto Gaertner | Medula Aut/Ap/Nap |
PR | Hospital Pequeno Príncipe | Medula Aut/Ap/Nap |
PR | Hospital Pilar | Medula Aut |
PR | Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná | Medula Aut |
RJ | Centro Pediátrico da Lagoa | Medula Aut/Ap |
RJ | CHN – Complexo Hospitalar de Niterói | Medula Aut/Ap/Nap |
RJ | Clínica São Vicente | Medula Aut/Ap |
RJ | Hospital Casa I Hospital do Câncer | Medula Aut/Ap/Nap |
RJ | Hospital Naval Marcílio Dias | Medula Aut |
RJ | Hospital Quinta D’Or | Medula Aut/Ap/Nap |
RJ | Hospital Samaritano | Medula Aut/Ap |
RJ | Hospital São Lucas | Medula Aut |
RJ | Hospital Unimed-Rio | Medula Aut/Ap/Nap |
RJ | Hospital Universitário Clementino Fraga Filho | Medula Aut/Ap/Nap |
RJ | Hospital e Maternidade Vitória | Medula Aut/Ap |
RJ | Hospital do Câncer I (HCI) | Medula Aut/Ap/Nap |
RJ | Hospital Universitário Pedro Ernesto | Medula Aut |
RJ | Hospital Unimed-Rio Barra da Tijuca | Medula Aut/Ap/Nap |
RN | Hospital Rio Grande | Medula Aut/Ap/Nap |
RS | Hospital de Clínicas de Porto Alegre | Medula Aut/Ap/Nap |
RS | Hospital Mãe de Deus | Medula Aut |
RS | Hospital Moinhos de Vento | Medula Aut/Ap |
RS | Hospital Nossa Senhora da Conceição | Medula Aut |
RS | Hospital Regina | Medula Aut/Ap |
RS | Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) | Medula Aut/Ap |
RS | Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre | Medula Aut/Ap/Nap |
SC | CEPON | Medula Aut/Ap/Nap |
SE | Hospital São Lucas | Medula Aut |
SP | A.C. Camargo Cancer Center | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | BP Mirante | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital Casa de Saúde Santos | Medula Aut |
SP | Fundação Pio XII | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital 9 de Julho | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital e Maternidade São Cristóvão | Medula Aut |
SP | Hospital Japonês Santa Cruz | Medula Aut/Ap |
SP | Hospital Amaral Carvalho | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo | Medula Aut/Ap |
SP | Unesp – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu | Medula Aut |
SP | Hospital de Clínicas da Unicamp | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital de Base de São José do Rio Preto | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital de Transplantes Dr. Euryclides de Jesus Zerbini | Medula Aut/Ap |
SP | Hospital Dos Fornecedores De Cana de Piracicaba | Medula Aut |
SP | Hospital e Maternidade Brasil | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | GPACi – Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil | Medula Aut/Ap |
SP | Hospital GRAACC – Instituto de Oncologia Pediátrica IOP | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital Infante Dom Henrique | Medula Aut/Ap |
SP | Hospital Inglês | Medula Aut/Ap |
SP | Hospital Israelita Albert Einstein | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital Leforte | Medula Aut |
SP | Hospital Leforte Liberdade | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital Alemão Oswaldo Cruz | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital Paulistano | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital PIO XII | Medula Aut/Ap |
SP | Hospital Samaritano Higienópolis | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital Santa Catarina – Paulista | Medula Aut |
SP | Hospital Santa Marcelina | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital Santa Paula | Medula Aut |
SP | Santos Dumont Hospital | Medula Aut |
SP | Hospital São Camilo Pompeia | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital São Camilo Santana | Medula Aut |
SP | Hospital São Francisco Ribeirão Preto | Medula Aut |
SP | Hospital São Lucas Ribeirão Preto | Medula Aut |
SP | Hospital São Paulo | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital Sírio Libanês | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital Dr. Miguel Soeiro | Medula Aut/Ap |
SP | Vera Cruz Hospital | Medula Aut |
SP | Hospital Vila Nova Star | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital viValle | Medula Aut |
SP | IBCC | Medula Aut/Ap/Nap |
SP | Hospital Santa Paula | Medula Aut |
SP | Sociedade Portuguesa de Beneficência | Medula Aut |
SP | Santa Casa de Limeira | Medula Aut |
SP | Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – Hospital Central | Medula Aut/Ap |
SP | Hospital e Maternidade São Luiz Itaim | Medula Aut |
SP | Hospital Alemão Oswaldo Cruz (Unidade Vergueiro) | Medula Aut/Ap/Nap |
Como se deve proceder em relação à vacinação após o Transplante de Medula Óssea?
Após o transplante de medula óssea, os pacientes perdem a memória imunológica dos agentes infecciosos e também das vacinas realizadas ao longo da vida. Cerca de 1 ano após o procedimento, as vacinas passam a ser aplicadas novamente.
Separamos aqui a lista completa de vacinas, com seu respectivo tempo de aplicação:
- Gripe (H1N1) – A partir de 12 meses pós-TMO. Repetir anualmente de acordo com orientação Ministério da Saúde.
- Pneumocócica (ajuda a prevenir pneumonias, meningintes, otites e até sinusites) – A partir de 12 meses pós-TMO
- Tetravalente (ajuda na prevenção contra difeteria, tétano, coqueluche, meningite e hepatite B). A partir dos 12 meses pós-TMO.
- Hepatite A – A partir de 12 meses pós-TMO
- Varicela (popularmente conhecida por catapora) – A partir de dois anos do pós-TMO
- Tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba) – A partir de 24 meses do pós-TMO.
- Poliomielite – A partir de 12 meses do pós-TMO.
Converse com seu médico para saber se você está apto ou não para ser vacinado.
QUERO SER UM DOADOR DE MEDULA | QUEM PODE DOAR MEDULA?
Por meio de uma simples atitude, muitos pacientes podem ficar livres do câncer. Se você quer ser um doador de medula óssea voluntário, é necessário seguir os seguintes passos:
Ter entre 18 e 35 anos no momento do cadastro (uma vez registrada, a pessoa permanece no banco de dados até os 60 anos, que é a idade máxima para fazer a doação).
Estar em bom estado de saúde (veja a lista de doenças que impedem a doação aqui).
· Procurar o hemocentro mais próximo de você.
· Preencher um formulário com dados pessoais e, neste mesmo dia, ter coletada uma amostra de sangue para testes que determinam as características genéticas necessárias para a compatibilidade entre doador e paciente.
Todos estes dados serão armazenados no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Já os dados do paciente que necessita de um transplante estarão no REREME (Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea). Por meio de um sistema informatizado, será realizado um cruzamento de dados e, caso encontre doador e paciente compatíveis, ambos serão avisados imediatamente.
Hoje, o Brasil é o terceiro maior banco de doadores do mundo, com cerca de 3,5 milhões de cadastrados. Mas é muito importante que os dados sejam mantidos atualizados, sempre. A atualização pode ser feita em no site do REDOME
Manual Informativo
Tudo o que você precisa saber sobre Transplante de Medula Óssea