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Impacto da COVID-19 no tratamento de pessoas com DCNTs na América Latina
Sondagem com pacientes e profissionais de Saúde mostra o impacto da COVID-19 no tratamento de pessoas com DCNTs na América Latina
Uma sondagem online realizada pela Rede Alianza Latina traz um retrato do impacto da pandemia de COVID-19 no tratamento de pacientes com algum tipo de doença crônica ou grave (câncer, doenças raras ou doenças crônicas não transmissíveis). A amostra compreende respostas de 865 pacientes de 17 países e de 151 profissionais de Saúde de 14 nações latino-americanas. Os dados foram apresentados durante o “15º Fórum Alianza Latina – Melhores Práticas para o 3º Setor de Saúde”, este ano em um formato digital, realizado de 1 a 3 de dezembro.
Segundo a pesquisa, 26% dos pacientes disseram que tiveram o tratamento afetado durante a pandemia. Já entre os profissionais, 64% informaram que houve mudanças, principalmente com o novo agendamento de consultas. O levantamento também mostra que 28% dos pacientes não fizeram exames de seguimento e que 81% tiveram cirurgias canceladas.
“A COVID-19 trouxe importante impacto na Saúde do Brasil. Mas, também queríamos entender como a pandemia vinha afetando o tratamento do câncer e demais doenças crônicas não transmissíveis em toda a América Latina. E os resultados da pesquisa que fizemos nos diferentes países deixou claro que, infelizmente, grande parte dos pacientes latino-americanos teve seus exames, consultas e protocolos terapêuticos alterados e até mesmo cancelados”, ressalta Merula Steagall, presidente da Abrale – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, e líder da Rede Alianza Latina.
“Sem sombra de dúvidas isso é um complicador não somente para agora, mas também para o futuro, devido aos novos diagnósticos represados. Juntamente com as organizações que são parte da rede Alianza Latina, trabalharemos para buscar soluções que possam minimizar tais efeitos”, afirma Merula.
A sondagem aponta, ainda, que 79% dos pacientes não realizaram testes para COVID-19. Entre os profissionais de saúde, 60% disseram que os pacientes foram testados. Apenas 30% dos profissionais de saúde disseram que receberam apoio psicológico durante a pandemia.
Entre os profissionais de Saúde, 89% afirmam que há protocolos de atendimento aos pacientes com COVID-19 nos locais em que atendem. Sobre as teleconsultas, 32% dos pacientes utilizaram o mecanismo, que foi oferecido por 72% dos médicos ouvidos.
A Alianza Latina é um projeto de trabalho em rede conduzido pela ABRALE (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) que busca proporcionar a seus membros um espaço de debate e aprendizado contínuo para associações de apoio ao paciente da América Latina, que compartilhem ideais e missões similares, possam dialogar e juntas mudarem o cenário da saúde no continente.
Criada em 2006, atualmente a rede é composta por mais de 100 associações membros que operam em 20 países (17 deles na América Latina), Estados Unidos, Espanha e Portugal. A missão da ABRALE com a Alianza Latina é promover a capacitação, profissionalização e cooperação entre organizações de apoio ao paciente para melhorar, de forma contínua, a qualidade de vida dos pacientes na América Latina.
Fonte: Agência O Globo