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Empresas têm a responsabilidade de incentivar ações de impacto coletivo
Evento da Abrale e da Abrasta trouxe depoimento de pacientes que tiveram câncer e evidenciou importância do apoio à causa
No dia 10 de abril, realizamos o tradicional evento anual de reconhecimento aos parceiros da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) e da Abrasta (Associação Brasileira de Talassemia), em São Paulo (SP).
O encontro na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) teve participação de patrocinadores de ambas as organizações. Eles receberam certificados de “apoiador Abrale” e “apoiador Abrasta” como agradecimento por financiarem projetos voltados a pacientes com cânceres do sangue.
Esta foi uma oportunidade de reafirmar nosso compromisso com a saúde. Tanto na Abrale quanto na Abrasta, temos a missão de possibilitar acesso equitativo ao diagnóstico e ao tratamento de doenças como leucemia, linfoma, mieloma múltiplo e talassemia, que é um tipo raro de anemia.
Somente com um trabalho conjunto e com apoio de parceiros que investem em causas sociais conseguiremos continuar impactando tantas vidas.
Para promover debate sobre responsabilidade empresarial, a cerimônia teve início com uma reflexão sobre ESG na saúde. Além de Thais Itaqui, jornalista ativista em saúde emocional e sustentabilidade humana, recebemos o executivo Marcelo José Gonçalves, presidente da Daiichi Sankyo Brasil.
Traduzida para o português como “governança ambiental, social e corporativa”, a sigla ESG se refere a um conjunto de padrões e boas práticas que contribuem para um desenvolvimento econômico sustentável mais atraente aos olhos de investidores e mais coerente com expectativas da sociedade atual.
No passado, o desenvolvimento de mercado tinha foco na questão econômica e na minimização de impactos negativos das operações comerciais —isso mudou. Hoje, organizações se apropriam das questões de sustentabilidade, incluindo a tríade ESG.
É um compromisso interno, com colaboradores, e externo, na comunidade local e na sociedade. Trata-se, ainda, de um valor que qualifica a reputação e a responsabilidade empresarial.
No setor da saúde, que já vivencia o “S” do social, são muitos os desafios, mas há, também, oportunidades. Empresas têm a responsabilidade de incentivar ações de impacto coletivo, gerar valor para o ecossistema onde produzem e prestar serviços.
ESG é fundamental para um desenvolvimento econômico, social e empresarial mais sustentável. Organizações sociais podem impulsionar o tema e promover mudanças.
Durante o evento de reconhecimento aos parceiros, fizemos questão de dar voz a pacientes que têm grande conexão com a causa e utilizaram os serviços gratuitos das entidades.
Estavam presentes Heitor William, paciente de leucemia aguda e membro do comitê de pacientes da Abrale; Janaína Gioseffi, portadora de talassemia e pesquisadora na Abrasta e na Abrale; Itaciara Monteiro, paciente de leucemia mieloide crônica e coordenadora de qualidade de experiência do paciente Abrale; e Elisângela Pauli Tebet, portadora de talassemia e executiva da Abrasta.
Eles contaram suas jornadas e falaram sobre o impacto do apoio social e como atuam para ajudar outros pacientes que precisam de acolhimento e suporte.
Além disso, como na Abrale e na Abrasta prezamos pela transparência de nosso trabalho e dos impactos sociais gerados, apresentamos, durante o evento, resultados de todas as atividades que realizamos em 2023, divididas em quatro pilares de atuação: apoio ao paciente, educação e informação, políticas públicas e advocacy, além de pesquisa e monitoramento de dados.
No Brasil, ainda estamos evoluindo no apoio a causas sociais e na redução de desigualdades na área da saúde. Porém, com simples ações, mais investimentos e solidariedade social vamos, aos poucos, construindo um país mais consciente, inclusivo, responsável e equânime.
* Conteúdo escrito por: Catherine Moura – Médica sanitarista e CEO da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale)
Fonte: Folha de S. Paulo