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O que realmente importa para o paciente com câncer?

Última atualização em 23 de novembro de 2020

O próximo desafio é debatermos as melhorias necessárias nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, consideradas as mais problemáticas no quesito atenção oncológica

Nos últimos meses, o câncer está em pauta nas discussões sobre saúde. Foi ampla a divulgação sobre o câncer de mama por conta do Outubro Rosa e entramos agora no Novembro Azul, que chama a atenção para o câncer de próstata, engajando toda a sociedade para conhecer melhor os sinais e sintomas.

Neste período acontece, anualmente, o maior debate nacional sobre a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer. Representantes de toda a rede que atua na oncologia se encontraram para avaliar os gargalos do sistema público e privado para se ter acesso a um diagnóstico e tratamento adequado e propor ações colaborativas que impulsionem as melhoras desejadas. Trata-se do o 7º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), realizado pelo Movimento TJCC.

Vivemos em tempos de aprendizado contínuo.

O congresso durou cinco dias e houve importantes e intensas discussões a respeito da atenção oncológica no Brasil, por meio de painéis temáticos, simpósios multiprofissionais, grupos de discussões e experiências virtuais que proporcionaram a troca de informações e conhecimento.

No total, tivemos 170 palestrantes em cerca de 40 painéis de debates, e mais de 140 mil acessos ao conteúdo produzido.

Promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, financiamento, legislação, pesquisa clínica, gestão, educação, novas tecnologias, humanização, medicina integrativa, Covid-19 e a “retomada dos tratamentos oncológicos” foram alguns dos principais pontos debatidos ao longo do evento.

Em pesquisa realizada pelo Movimento TJCC de 8 de abril a 1 de outubro, mais de 700 pessoas entre pacientes oncológicos, cuidadores e profissionais de saúde, disseram sentir o impacto da pandemia na Oncologia. 38% dos pacientes tiveram de remarcar suas consultas com o especialista e 28% sofreram alterações para realizar os exames. De acordo com os profissionais de saúde, 34% das cirurgias oncológicas foram adiadas, 17% dos pacientes precisaram remarcar o tratamento com radioterapia e 15%, de quimioterapia.

Dados como estes são alarmantes, já que o tratamento oncológico não deve parar. Para o paciente, interrupções como essas podem ser bastante prejudiciais. Isso sem contar nos problemas para o diagnóstico – como vimos em pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica, mais de 50 mil pessoas deixam de receber a detecção de algum tipo de câncer, durante o período da pandemia.

Em paralelo, vimos um aumento importante do uso de novas tecnologias em prol da saúde. Nunca se ouviu falar tanto em pesquisa clínica e hoje temos inúmeros cientistas e empresas focados em garantir a cura para esta nova doença, por meio das vacinas, sempre com o olhar voltado à eficiência e segurança do produto que será aplicado na população.

A humanização no tratamento, por meio dos cuidados paliativos, integralidade e espiritualidade também teve importante destaque no evento. Isso porque um bom atendimento não se faz apenas com acesso à tecnologia de ponta. É preciso ouvir o paciente, respeitar as suas crenças e valores, além, é claro, de oferecer manejos para acalentar o sofrimento, a dor, proporcionando qualidade de vida. É preciso entender que ali não há uma doença e sim uma pessoa, cheia de sentimentos, força de vontade e esperança.

No Congresso, muito se falou também sobre a telemedicina, uma novidade que chegou para ficar no Brasil. Parece difícil acreditar que, em pleno 2020, as consultas médicas ainda não eram feitas via plataformas digitais. Afinal, passamos grande parte do nosso tempo em frente a um computador e celular. Mas esse foi mais um aprendizado que a pandemia trouxe para médicos e pacientes. Sim, é possível realizar uma consulta médica à distância, contando com ética, qualidade e eficácia.

Como para o SUS essa ainda não é uma tecnologia presente, a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), organização integrante da Rede Folha que tem por principal objetivo oferecer ajuda gratuita a pessoas com cânceres e doenças do sangue de todo o Brasil, lançará neste mês projeto que oferece atendimento médico à distância para os pacientes que realizam seu tratamento de câncer hematológico, no sistema público de saúde.

Experts contratados pela instituição oferecerão orientação para pacientes de todo o Brasil, auxiliando no esclarecimento de dúvidas em relação ao seu tratamento, acolhimento de demandas emocionais, e contribuindo para que o paciente se sinta seguro a definir, junto com a sua equipe médica, o melhor tratamento para ele.

É muito gratificante poder fazer parte desta construção de pontes na Saúde, conectando quem precisa de ajuda com quem pode ajudar.

Nosso próximo desafio é debatermos as melhorias necessárias nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, consideradas as mais problemáticas no quesito atenção oncológica.

Nos dias 25 e 26 de novembro, realizaremos o 2º Fórum Todos Juntos Contra o Câncer Norte e Nordeste. O evento será online e você está convidado(a) a participar. Acesse www.forum.tjcc.com.br e veja nossa programação completa.

Somente com um trabalho colaborativo, construiremos a saúde que desejamos.

 

Fonte: Folha de S. Paulo – Merula Steagall, Paciente de talassemia em tratamento há 50 anos, é presidente da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) e idealizadora do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer.

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