A ABRALE esteve presente no II Fórum de Discussão e Enfrentamento do Câncer no Estado…
Imunização de Pacientes Oncológicos e Combate à Hesitação Vacinal
Nesta terça-feira 17/10, dia Nacional da Vacinação, a Abrale participou do Seminário realizado pela Comissão Especial de Combate ao Câncer no Brasil, sobre imunização de Pacientes Oncológicos e Combate à Hesitação Vacinal com base no com base no Requerimento nº 58/2023.
A primeira mesa foi composta pelo Dr. Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, e a Dra. Cláudia Valente, Coordenadora do Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital da Criança de Brasília, Dra Fabiane Carlesse, Infectologista Pediátrica chefe do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e Controle de Antimicrobianos do Instituto de Oncologia Pediátrica GRAACC-UNIFESP e Dra Lorena Diniz, Médica Responsável pelo Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais – CRIE-GO. Coordenadora do Departamento Nacional de Imunização da ASBAI
Inicialmente a deputada Silvia Cristina e o Deputado Weliton Prado destacaram a importância do seminário, enfatizando que a imunização é vital para a vida e sobrevida dos pacientes oncológicos. Ela ressaltou a relevância da conscientização sobre a vacinação e seu papel no enfrentamento do câncer, especialmente durante o Outubro Rosa.
O Dr. Eder Gatti abordou a evolução das coberturas vacinais no Brasil ao longo dos anos, destacando os avanços e desafios enfrentados. Ele discutiu as causas da hesitação vacinal, incluindo problemas de registro de informações, estrutura do SUS, desabastecimento pontual e a queda da confiança na segurança e eficácia das vacinas nos últimos anos.
“Apesar do histórico de alta aceitação de vacinas no Brasil, podemos notar uma queda na confiança da população, especialmente em relação à segurança e eficácia das vacinas. É de extrema importância entender as motivações que levam as pessoas a hesitar na vacinação e a necessidade de abordagens específicas para enfrentar esse cenário.” Dr. Eder Gatti
Foram apresentados exemplos de casos que ilustram o impacto da desinformação na vacinação, incluindo a queda na cobertura vacinal da vacina do HPV devido a falsas informações disseminadas nas redes sociais. Um caso específico foi mencionado, em que informações falsas circularam sobre reações adversas a uma vacina contra a COVID-19, resultando em uma instabilidade hemodinâmica grave. O debate ressaltou a importância de combater a desinformação por meio de refutação preventiva e desmascaramento de fake news.
A Dra. Cláudia Valente, coordenadora do Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital da Criança de Brasília, trouxe para a discussão, o impacto das fake news nas coberturas vacinais. Ela citou dados da Organização Mundial de Saúde sobre a queda nas coberturas vacinais devido à hesitação e destacou a importância da confiança da população na vacinação.
“A pandemia de COVID-19 também afetou a busca por vacinas de rotina. Necessitamos de estratégias eficazes para melhorar a cobertura vacinal e a confiança da população brasileira nas vacinas. Ela também mencionou o papel dos profissionais de saúde e do sistema de saúde na promoção da vacinação e a relevância das recomendações médicas.” Dra. Cláudia Valente
Na segunda mesa estiveram presentes, Dra Lorena Diniz , Dr Renato Kfouri, Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações – SBIM, MARLENE OLIVEIRA, Presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida – LAL, Luana Ferreira Lima, Coordenadora de Políticas Públicas da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia – ABRALE, Ana Paula Guedes, representante da Associação Brasileira Câncer Cabeça e Pescoço – ACBG, Celina Rosa Martins, Consultora de Advocay do Instituto Vencer o Câncer – IVOC.
Dentre os temas abordados na segunda etapa do seminário, destacou-se a discussão sobre as reações psicogênicas relacionadas à vacinação, que englobam efeitos adversos não ligados ao produto da vacina ou a erros no processo de imunização, mas sim a fatores psicológicos e sociais complexos.
A Dra. Lorena, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações, reforçou a importância da vacinação individual e coletiva, destacando que a vacinação não é apenas para o paciente, mas também para os conviventes e cuidadores. Ela ressaltou a necessidade de uma comunicação eficiente sobre a vacinação e a importância de formar os profissionais de saúde e os agentes comunitários para orientar a população.
O Dr. Renato Forone, Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, abordou a importância da vacinação contra o HPV, as doenças pneumocócicas e o herpes zóster para pacientes oncológicos, ressaltando a necessidade de expandir o uso dessas vacinas para proteger a população.
Os debatedores enfatizaram a urgência de fortalecer a confiança da população na vacinação, recuperar as coberturas vacinais e ampliar o acesso às vacinas, especialmente para pacientes com câncer, visando promover a saúde pública e prevenir complicações graves relacionadas às doenças discutidas.
Luana Lima, Coordenadora de Políticas Públicas e Advocacy da Abrale, abordou diversos pontos durante o debate. Inicialmente, ela destacou a atuação da ABRALE ao longo de mais de 20 anos, fornecendo suporte a mais de 50,000 pacientes com informações e segundas opiniões médicas. Também mencionou os pilares de atuação da ABRALE, que incluem apoio ao paciente, políticas públicas, advocacia, pesquisa e monitoramento, além de educação e informação, enfatizando a importância da educação e comunicação, não apenas para os pacientes, mas também para os profissionais de saúde.
“A gente produziu um manual da Abrale sobre vacinação, esse material é muito interessante porque ele não é direcionado somente ao paciente, mas também aos profissionais da área da saúde para trabalhar com o tema.” Luana Lima
Luana ressaltou a necessidade de conscientização sobre imunização, especialmente durante a pandemia de COVID-19, e compartilhou várias iniciativas da ABRALE para abordar esse tema, como produção de materiais informativos, podcasts e cartilhas. Ela também destacou o compromisso do Governo Federal com a conscientização vacinal e mencionou um projeto de lei em São Paulo relacionado à conscientização sobre o papilomavírus (HPV), cujo veto integral à política pública foi um ponto de preocupação.
Luana enfatizou a importância de trabalhar com os governos estaduais para garantir a conscientização sobre a imunização em todo o país. Ela mencionou a assinatura do Pacto pela Conscientização Vacinal com a Comissão de Saúde do Conselho Nacional do Ministério Público e sua colaboração com instituições do sistema de justiça para promover os direitos dos pacientes oncológicos.
“O paciente chega sem informação. Ele chega sem saber qual é a vacinação necessária. Essa rede que acompanha ele, auxilia em como ele precisa se preparar para se proteger. Acho que isso é fundamental. A gente tem trabalhado no sentido de conscientização de falar sobre imunização, sobre a importância do tema e também conhecer como é feito essa imunização.” Luana Lima
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Acesse o Calendário de Vacinação para Pacientes Especiais, da Sociedade Brasileita de Imunizações.