A parceria entre a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) e a ABHH (Associação…
Asciminib é aprovado pela ANS para tratamento de Leucemia Mieloide Crônica e representa avanço importante para pacientes
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a inclusão do asciminib no rol de cobertura obrigatória de tratamentos, beneficiando pacientes adultos com Leucemia Mieloide Crônica (LMC) cromossomo Philadelphia positivo (Ph+) em fase crônica. A medida, que consta na Resolução Normativa ANS nº 618 de 4 de novembro de 2024, estabelece a cobertura do medicamento para pacientes que já passaram por pelo menos dois outros inibidores de tirosina quinase (ITQ), trazendo nova esperança para aqueles que precisam de alternativas mais eficazes e seguras.
A Resolução, que entra em vigor no dia 2 de dezembro de 2024, altera a normativa anterior nº 465 de 2021, ampliando o acesso ao tratamento de LMC com o uso do asciminib. Este medicamento é considerado uma importante terapia de terceira linha e oferece nova perspectiva de qualidade de vida aos pacientes que enfrentam resistência ou intolerância a outros tratamentos disponíveis.
Indicação e Motivos para a Aprovação do Asciminib
Um dos principais estudos clínicos comparou o asciminib com outro medicamento, o bosutinibe, e demonstrou que o asciminib teve uma resposta melhor, com taxas superiores de controle da doença após 96 semanas de uso.
Além disso, outras análises compararam o asciminib com medicamentos que já estão disponíveis, como nilotinibe e dasatinibe, e os dados indicam que o asciminib pode ser uma opção mais eficaz para pacientes que não tiveram sucesso com tratamentos anteriores. Isso é especialmente importante, já que muitos pacientes não encontram mais opções de tratamento eficazes e precisam de alternativas. O asciminib oferece uma esperança renovada e atende a uma demanda urgente para melhorar o cuidado com os pacientes.
Mobilização Coletiva Garante Aprovação
A aprovação do asciminib é fruto do esforço conjunto de pacientes, familiares, profissionais de saúde e organizações que participaram de forma ativa nas consultas públicas da ANS. Durante a 32ª Reunião Técnica da ANS, realizada em 21 de agosto de 2024, representantes da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), como Luana Lima e Nina Melo, trouxeram contribuições relevantes para demonstrar os desafios enfrentados pelos pacientes de LMC em segunda e terceira linha de tratamento.
Segundo dados da Abrale, coletados entre maio e junho de 2024, 36% dos pacientes com LMC afirmaram sentir mais segurança ao saber que há novas alternativas terapêuticas. Entretanto, a pesquisa apontou que cerca de 20% dos pacientes em terceira linha precisaram abandonar suas atividades profissionais devido aos impactos da doença, reforçando a necessidade de opções mais eficazes.
Renato Tavares, da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), destacou durante a reunião ocorrida em Agosto que o asciminib é uma alternativa essencial, já aprovada por diversas agências reguladoras internacionais, incluindo a Anvisa. Para pacientes que não têm a opção de transplante de medula óssea alogênico, o asciminib é uma solução vital.
Flávia Maoli, do Instituto Camaleão, também enfatizou a importância de novas opções terapêuticas no dia, destacando que a progressão da doença pode ser ainda mais devastadora do que o diagnóstico inicial.
A Abrale agradece profundamente a todos que contribuíram para esta vitória, que simboliza um passo importante na melhoria da qualidade de vida de pacientes com LMC. A mobilização e o esforço de todos demonstraram, mais uma vez, o impacto do engajamento coletivo para assegurar acesso a tratamentos que salvam vidas.
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