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HEMO 2024: Abrale Enfatiza Desafios e Avanços em Tratamentos Onco-Hematológicos

A parceria entre a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) e a ABHH (Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular) é um exemplo raro e valioso de colaboração no setor de saúde. Construir e manter um relacionamento próximo e consistente como este demanda empenho, dedicação e confiança mútua, especialmente em um cenário onde as demandas e os desafios são constantes. Essa proximidade é fruto do trabalho incansável de ambas as equipes, que, unidas, compartilham o mesmo propósito: melhorar a vida dos pacientes, ampliando o acesso e a qualidade dos tratamentos onco-hematológicos.

Foi essa parceria que possibilitou a participação da ABRALE no Congresso HEMO 2024, entre os dias 23 e 26 de outubro, reunindo especialistas, pesquisadores e defensores da saúde para debater avanços e desafios no tratamento do câncer e de outras doenças hematológicas.

Durante o evento, Luana Ferreira Lima, Gerente de Políticas Públicas da ABRALE, destacou com firmeza os desafios enfrentados pelos pacientes em tratamentos onco-hematológicos, em sua fala no Fórum de Acesso e Equidade. 

No painel sobre a regulamentação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) – Lei 14.758/2023, estiveram presentes importantes nomes do setor, como Ângelo Maiolino, presidente da ABHH (Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular), Anelisa Coutinho, presidente da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), Roberto Gil, do INCA (Instituto Nacional de Câncer), Jorge Vaz, também da ABHH, e Tiago Farina, especialista na área da saúde. Neste contexto, Luana abordou temas críticos, incluindo os impactos das novas propostas de reajuste dos planos de saúde e a judicialização de medicamentos.

Em sua fala, Luana questionou o andamento da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC), salientando que a sociedade civil tem demandado mais transparência e informações sobre a regulamentação dessa política. Ela enfatizou que o Consinca (Comissão Intergestores Tripartite), órgão responsável pela coordenação do tema, ainda precisa aprimorar a divulgação de documentos e informações para que a implementação dos avanços ocorra de forma mais participativa e acessível.

Outro momento importante foi a participação de Tiago Farina, que, em um momento na mesa de discussão com Roberto Gil, coordenador do Instituto Nacional de Câncer (INCA), buscou obter uma visão atualizada sobre os próximos passos para a PNPCC. Roberto afirmou que o Ministério da Saúde está comprometido com o tema, respondendo de forma cautelosa e destacando o trabalho contínuo na implementação de ações, embora a sociedade civil ainda espera uma maior transparência nesse processo.

A Abrale também teve uma participação científica expressiva no HEMO, com quatro pôsteres aprovados, destacando-se o panorama dos atendimentos a pacientes com anemia falciforme, leucemia linfocítica crônica (LLC), linfoma de manto, mielofibrose e talassemia no Sistema Único de Saúde (SUS). Esses posters, com dados baseados na experiência real dos pacientes, abordam lacunas de atendimento e oferecem subsídios para aprimoramento das políticas de tratamento. O panorama sobre a talassemia, em especial, obteve reconhecimento internacional e foi também aprovado para apresentação no Congresso da American Society of Hematology (ASH), consolidando o papel da Abrale na produção científica global.

Nina, representante do departamento de pesquisa da Abrale, refletiu sobre a importância da participação no HEMO:

“Para nós, do departamento de pesquisa da Abrale, é fundamental nos inserirmos como produtores de conhecimento científico, especialmente ao trazer dados do mundo real dos pacientes. Esse trabalho nos permite mostrar para a comunidade científica a jornada efetiva dos pacientes e, a partir desses levantamentos, destacar gargalos e necessidades. Esse mapeamento é essencial para direcionar as políticas públicas, para que possamos fazer as melhorias necessárias e proporcionar um atendimento mais justo e eficiente”, afirmou Nina.

A presença ativa e as contribuições da Abrale no HEMO 2024, com debates e pesquisas que geram impacto, reafirmam o compromisso da organização, ao lado da ABHH, em construir um futuro mais inclusivo e acessível para pacientes em tratamentos onco-hematológicos no Brasil.

No último dia do Congresso, o simpósio “Terapias Avançadas: Como Superar Barreiras e Ampliar o Acesso dos Pacientes” contou com as contribuições de Bruno Abreu, Tiago Farina Matos e Luana Lima. Durante sua fala, Luana destacou a complexidade do cenário da saúde no Brasil, incluindo a judicialização e as mudanças regulatórias na saúde suplementar, que precisam ser consideradas para garantir que as terapias avançadas cheguem aos pacientes, tanto no SUS quanto na rede privada.

Fonte: Políticas Públicas e Advocacy Abrale

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