Em 11 de dezembro, a Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia…
Mobilização garante fornecimento do Bussulfano até 2022
Depois de mais de 30 dias do anúncio, Pierre Fabre, em conjunto com o laboratório Otsuka, afirmam que estão trabalhando para atender o mercado brasileiro até a metade de 2022
Depois do trabalho e mobilização de organizações da sociedade civil e sociedades médicas, a farmacêutica Pierre Fabre e o laboratório Otsuka afirmam estar em processo para garantir o acesso ao medicamento Bussulfano até metade de 2022. O remédio, que é essencial para a realização do transplante de medula óssea (TMO), seria descontinuado no Brasil, e os estoques durariam, somente, até junho de 2021.
Após o anúncio da descontinuação da comercialização de Busilvex 6mg/ml, a Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) passaram a investigar a questão e enviaram um ofício à diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), solicitando que providências fossem tomadas.
Em 01 de dezembro de 2020, a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) também enviou um ofício para a Anvisa, solicitando esclarecimentos quanto ao desabastecimento do fármaco Bussulfano.
Ao mesmo tempo, pacientes oncológicos que já foram submetidos ou irão realizar o TMO se manifestaram por meio das redes sociais utilizando a hashtag “#SalvemOsPacientes”. Além do mais, Duda Riedel, paciente de leucemia linfoide aguda e influenciadora, criou um abaixo-assinado contra a descontinuação da droga. Atualmente, a petição conta com mais de 200 mil assinaturas.
Inicialmente, a Agência respondeu não possuir “instrumento legal que impeça os laboratórios farmacêuticos de retirarem seus medicamentos do mercado” e que a interrupção não está relacionada à questões regulatórias. Estando, dessa forma, fora da governança da Anvisa.
Na Nota Técnica Nº 445/2020/SEI/GIMED/GGFIS/DIRE4/ANVISA enviada à Abrale, a Anvisa autorizou a importação excepcional do medicamento para evitar o desabastecimento. Este recurso é utilizado quando não há disponibilidade de um medicamento de extrema importância para o mercado.
Como explicado anteriormente, é importante destacar que: 1) a Pierre Fabre é a distribuidora do composto cuja licença pertence ao laboratório Otsuka e 2) A Otsuka subcontrata sua fabricação de um parceiro.
Boas notícias!
Nesta quinta-feira (14/11), a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), que também busca uma solução para evitar o desabastecimento, divulgou uma notícia na qual o Dr. Mauro Junqueira, Secretário Executivo do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) afirma que:
- A Pierre Fabre “reforça que não interrompeu a distribuição do Busilvex e que o estoque atual atende às necessidades dos pacientes do país até junho de 2021”
- “A Pierre Fabre, em conjunto com o laboratório Otsuka, está em processo de oficialização, junto às instituições regulatórias brasileiras, de pedido de importação de Bussulfano, proveniente de outro fornecedor parceiro do laboratório Otsuka, visando atender ao mercado brasileiro até a metade de 2022”
Com tais medidas torna-se improvável o desabastecimento imediato do Bussulfano no Brasil. Esse resultado foi uma conquista conjunta dos pacientes, da Abrale, SBTMO, SOBOPE, ABHH e todas as outras organizações que estão engajadas na causa.
Apesar do anúncio da não descontinuação, a Abrale recebeu relatos de pacientes informando a falta do medicamento em alguns locais. Por isso, estamos em constante contato com o laboratório e reforçamos que você, paciente que passar por essa situação, não está sozinho. Entre em contato conosco pelo [email protected] ou no Whatsapp – (11) 3149-5190.
Esse cenário evidencia a necessidade de utilizar o tempo de fornecimento garantido, ou seja, meados de 2022, para criar soluções que garantam a disponibilidade definitiva do medicamento no mercado Brasileiro.
A Abrale assume o compromisso de notificar qualquer falta ou desabastecimento do Bussulfano.
Fonte: Advocacy e Comunicação da Abrale