No dia 6 de novembro aconteceu, no Rio de Janeiro, a nona edição do Fórum…
Anvisa aprova medicamento para tratar tipo agressivo de câncer no sangue
Anticorpo combate o linfoma difuso de grandes células B, que geralmente tem prognóstico pessimista e hoje é tratado com quimioterapia
Nesta segunda-feira 18, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro anticorpo específico para o tratamento de linfoma difuso de grandes células B recidivo ou refratário (LDGCB), subtipo mais comum de Linfomas Não Hodgkin-B (LNH-B) e responsáveis por 30% dos casos de linfomas.
Trata-se do EPKINLYTM (epcoritamabe), primeiro anticorpo específico (DuoBody®-CD3xCD20) para esse tipo de câncer no sangue no Brasil. Criado por engenharia genética, atua em dois alvos importantes: combate as células cancerosas diretamente e, ao mesmo tempo, ativa as células T do sistema imunológico, que também passam a combater as células cancerosas.
Administrado em doses subcutâneas, o medicamento é indicado para adultos que já receberam duas ou mais linhas de terapias sistêmicas para a doença, que ainda tem poucas opções de tratamento e um prognóstico bastante pessimista.
‘Já faz dez anos que estamos falando em imunoterapia para tumores sólidos, mas em hematologia, não tínhamos isso’, diz Maria Duran, líder médica da oncologia da AbbVie Brasil, farmacêutica responsável pelo anticorpo. ‘Este é um linfoma com alta mortalidade, frequente e agressivo. Será um impacto importante para pacientes sem suas necessidades atendidas.’
Segundo a especialista, o epcoritamabe estimula o sistema imune para destruir a célula tumoral, tratamento hoje feito com imono-quimioterapia. ‘O LDGCB é um tipo agressivo de câncer que cresce rapidamente e pode ser resistente a diferentes tratamentos e a quimioterapia tem objetivos paliativos com sobrevida geral de menos de 1 ano. A sobrevida global é de seis meses com respostas em menos de 20% dos pacientes. A nossa sobrevida é de 18 meses’, explica ela, acrescentando que cerca de 30 a 40% dos pacientes que seguem essa linha de tratamento acabam apresentando doença refratária ou recidivando pós-tratamento.
Nova Esperança
Para aprovar o novo medicamento, a Anvisa se baseou nos resultados do estudo multicêntrico EPCORETM NHL de fase 1 e 2, que avaliou a eficácia e segurança do epcoritamabe em pacientes adultos com LDGCB R/R. O Brasil faz parte do programa de desenvolvimento da terapia em linfomas com centros de pesquisa em todo o país e foi o primeiro a fazer a liberação na América Latina.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio 2020/2022, surgiram cerca de 12.000 novos casos de Linfoma Não-Hodgkin (LNH), dentre eles o LDGCB. ‘A aprovação no país representa um importante avanço na jornada desse paciente, que hoje enfrenta uma série de necessidades não atendidas’, diz a médica. ‘É um tratamento com um mecanismo de ação inovador, opção não-quimioterápica, benefícios clínicos substanciais com a conveniência de ser um medicamento pronto para uso, quando esta for a indicação’, finaliza.
Fonte: Veja Saúde