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Audiência pública discute os direitos dos pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC)

Abrale apresentou os desafios para quem é usuário do SUS e solicitou o acesso a direitos, como exames de monitoramento da doença e 3ª linha terapêutica

Audiência pública leucemia mieloide crônica (LMC)

Na última quarta-feira (27/8), aconteceu uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, para discutir as dificuldades vividas por pessoas com leucemia mieloide crônica (LMC) e requerer ações dos parlamentares e do executivo. Na ocasião, a Abrale apresentou informações sobre a jornada do paciente, a necessidade de acesso aos exames de PCR-ABL para diagnóstico e monitoramento da doença, e frisou a falta de medicamentos de 3ª linha terapêutica contra a LMC no SUS. 

Luana Lima, gerente de políticas públicas e advocacy da associação, destacou que, atualmente, existe uma diferença entre os planos de saúde e o SUS na oferta de medicamentos contra a LMC. “Na saúde suplementar, desde 2024, foi garantida a 3ª linha de tratamento. No SUS, há desabastecimento de medicamentos de 1ª e 2ª linha e ausência de opção terapêutica em terceira linha”, contou. 

Lima frisou que o diagnóstico de uma leucemia traz a necessidade de acesso contínuo a exames e medicamentos. “Nenhuma vida deve ser perdida por falta de acesso ao diagnóstico, exames e tratamentos para a LMC. Precisamos garantir o direito à vida e ao cuidado integral para todos os pacientes de LMC hoje no Brasil”, afirmou.

Flavia Maoli, presidente do Instituto Camaleão, narrou que existem dois momentos de dor para os pacientes oncológicos: o diagnóstico e a troca de protocolo terapêutico, quando os quimioterápicos não têm o efeito desejado. 

“Saber que vamos ter que fazer mais um tratamento, tentar de novo, isso vai tirando a força do paciente, a resiliência. Mas saber que existe alguma opção, que ainda há esperança de algum tratamento, isso nos ajuda a seguir vivendo”, destacou.

Vanessa Melo, paciente de LMC e membro do Comitê de Pacientes da Abrale, salientou que, se todos os pacientes tivessem acesso aos medicamentos já incorporados, mais pessoas teriam qualidade de vida. 

Jorge Vaz, médico representante da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), lembrou que os quimioterápicos utilizados atualmente no tratamento da LMC são eficazes, práticos e não demandam uma logística cara. 

“A LMC até o ano de 2002 só era possível de ser tratada com um transplante alogênico de medula óssea e essa terapia só era eficaz em 15% dos pacientes. Hoje, a LMC é tratada com medicações orais que simplesmente anulam a doença”, comentou. O hematologista frisou que, para um tratamento eficaz da LMC, é preciso apenas que as pessoas tenham acesso ao diagnóstico, ao tratamento e ao monitoramento. 

“Portanto, não há uma cara logística de provimento e a quantidade de pacientes que vai precisar desse recurso é cada vez menor, porque eles são tratados melhor já inicialmente”, afirmou. 

Ao final da audiência, Flávia Morais, deputada federal (PDT-GO), informou que irá se reunir com o Ministério da Saúde para entender se “o que está faltando é recurso ou estratégia, porque sabemos que a terapia adequada já foi aprovada, mas ainda não está disponibilizada”. 

A Abrale também esteve no gabinete de parlamentares e solicitou apoio à causa, assim como a assinatura da carta de requerimento de incorporação de medicamentos para a terceira linha de tratamento da LMC. 

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