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Ceará é referência em transplante de medula óssea
O encontro entre um doador de medula do Ceará com um paciente transplantado do Rio de Janeiro aconteceu no encerramento do XX Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO 2016), com participação de celebridades médicas nacionais e internacionais, recentemente, no Hotel Gran Marquise, em Fortaleza, com apoio do Centro deHematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), da rede pública do Governo do Estado, e organização da ARXS Eventos, de Rafael Bezerra e Márcia Vale.
“A revelação é sempre um acontecimento muito positivo, pois chama a atenção e sensibiliza as pessoas para esta causa tão nobre, que é a doação voluntária e altruísta, tanto de medula óssea, quanto de sangue”, ressalta o hematologista, presidente da SBTMO e responsável pelo setor de medula óssea do Hemoce, Fernando Barroso.
Essa foi apenas uma das emoções do encontro com o hematologista Fernando Barroso, que dedica a vida a realizar transplante de medula óssea, no Ceará.
Tanta dedicação resultou em números que impressionam: o índice de sobrevida de pacientes transplantados no Ceará é de 95,3%, contra 90% nos países desenvolvidos. Isso sem falar no número de realização do procedimento: 269 transplantes, desde setembro de 2008, quando Fernando Barroso começou a se dedicar à causa.
“Fazer transplante é uma coisa que está dentro de mim, quase uma religião que ultrapassa a fronteira do valor econômico. É a emoção de ver um cara lá do Interior do Ceará, que ao longo da minha vida eu via morrer e hoje saber que ele está lá, vivo, porque transplantou na terra dele, no Ceará. Fico muito feliz”, comemora.
O médico reconhece que os bons resultados só são possíveis devido ao Programa deTransplante de Medula Óssea, no Sistema Nacional de Transplantes, que funciona muito bem, e ao apoio do Governo do Estado e da Prefeitura de Fortaleza. “A base de tudo é o trabalho conjunto do Hospital Universitário Walter Cantídio e o Hemoce e o empenho da equipe multidisciplinar (enfermeiras, psicólogos, nutricionista, farmacêuticos, terapeutas ocupacionais, serviço social fantástico) que nos acompanha”.
A história do Ceará impressionou o mundo e atraiu mais de 900 congressistas e instituições e nomes de prestígio nacional e internacional, como Hospital Albert Einstein e Nelson Hamerschlak, um dos maiores especialistas em leucemia do Brasil, o MD Anderson Cancer Center, um dos maiores centros de câncer do mundo que fica em Houston (EUA). “O MD Anderson esteve à frente do curso sobre a doença do enxerto contra hospedeiro, uma complicação do transplante que reque muito conhecimento e especialização…”, afirma ele.
DESAFIO
O hematologista, presidente da SBTMO e responsável pelo setor de medula óssea do Hemoce, Fernando Barroso, diz que uma das grandes discussões, hoje, é o que se deve fazer no pós-transplante de medula óssea, as terapias que deverão ser utilizadas, como a imunomodulação para evitar a rejeição. Só que, para imunosuprimir, as drogas usadas para baixar a imunidade expõem o paciente a infecções. “Vivemos nessa gangorra, entre uma coisa e outra”, resume.
Hematologista Fernando Barroso, presidente da SBTMO e responsável pelo setor de medula óssea do Hemoce.
Fonte: O Povo Online | Notícias.