No dia 6 de novembro aconteceu, no Rio de Janeiro, a nona edição do Fórum…
Cerca de 80 doenças diferentes relacionadas ao sangue podem ser tratadas com o Transplante de Medula Óssea
Cristo Redentor será iluminado em celebração ao Dia Mundial do Doador de Sangue. Entidades lançam Campanha Junho Vermelho, uma iniciativa da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Hemorio, Associação Pró-Vita, Santa Casa e Movimento Eu Dou Sangue.
Somente no ano passado, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou mais de 10 mil novos casos de leucemia no país, um tipo de câncer que afeta o sistema sanguíneo. Pessoas que sofrem da doença, encontram no Transplante de Medula Óssea (TMO), a única esperança de salvação. E, para conscientizar os brasileiros e lembra-los que um simples gesto de doação pode salvar vidas, o Cristo Redentor será iluminado da cor vermelha no dia 14 de junho (quarta-feira), em celebração ao Dia Mundial do Doador de Sangue – criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A Campanha Junho Vermelho é uma iniciativa da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Hemorio, Associação Pró-Vita, Santa Casa e Movimento Eu Dou Sangue.
A doação de sangue é fundamental no tratamento de doenças sanguíneas, principalmente na fase inicial do tratamento, pois os pacientes recebem, quase diariamente, transfusões de hemáceas e de plaquetas. Esse período se estende até o momento em que a medula óssea recupera a hemopoese (produção e maturação das células do sangue) normal.
De acordo com o presidente do Conselho Técnico da Associação Pró-Vita Transplante de Medula Óssea, Luis Fernando Bouzas, na medula óssea estão localizadas as células-tronco hematopoéticas, responsáveis pela geração de todo o sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). E, com o transplante é possível substituir a medula doente por células normais, com o objetivo de reconstituir uma nova medula, sadia.
“A medula óssea é um tecido que existe dentro dos ossos, responsável pela produção dos componentes do sangue e do sistema imunológico. Tem uma relação direta com o desenvolvimento de doenças como leucemia, linfomas e anemias graves. O tratamento pode ser feito com a substituição deste tecido por um normal, oriundo de um doador. Cerca de 80 doenças diferentes relacionadas ao sangue podem ser tratadas com o transplante de medula óssea”, explica o presidente da Pró-Vita.
Atualmente, o Brasil possui o terceiro maior cadastro de doadores no mundo, com cerca de quatro milhões de candidatos, através do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Contudo, Bouzas reforça que, apesar do número parecer elevado, a quantidade de cadastros precisa aumentar, por conta, principalmente, da variação genética da sociedade brasileira.
“Apenas 25% dos pacientes encontram um doador familiar, em função da compatibilidade. E, os outros 75% terão um doador alternativo, encontrado pelo Redome. Uma vez que se identifica o doador, ele é chamado para fazer testes, enquanto prepara-se o paciente receptor”, revela o médico. E ressalta: “Para o doador é um procedimento totalmente seguro, com rápida recuperação. Após 15 dias da coleta, a medula óssea do doador se regenera”.
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:
– Ter entre 18 e 55 anos de idade.
– Estar em bom estado geral de saúde.
– Não ter doença infecciosa ou incapacitante.
– Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.
– Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
Associação Pró-Vita Transplante de Medula Óssea
Declarada utilidade pública nas esferas federal, estadual e municipal, a Associação Pró-Vita Transplante de Medula Óssea é uma instituição sem fins lucrativos, localizada no Rio de Janeiro. Com mais de 20 anos de atuação, a Pró-Vita é responsável por apoiar unidades públicas de transplante e seus pacientes, como Instituto Nacional do Câncer (Inca), Hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Hupe), Hemorio e Hospital Pedro Ernesto da Uerj.
Além de trabalhar com a captação de doadores, a Pró-Vita sustenta projetos específicos como:
– Bolsa-Pesquisa a estudantes e pesquisadores na área de Transplante de Medula Óssea;
– Caravana Solidária, van que transporta doadores de sangue e medula ao Hemorio, recolhe grupos de pessoas em empresas, associações, igrejas, etc;
– Café Matinal aos pacientes que comparecem em jejum para realizar exames no Hemorio;
– Disque Sangue, atendimento gratuito de informação sobre doação de sangue e medula óssea;
– Realização de eventos festivos e comemorativos para os pacientes das unidades apoiadas pelo Pró-Vita;
– Compra e manutenção de equipamentos para o tratamento de pacientes;
– Medicamentos emergenciais e de difícil acesso, que são oferecidos aos assistidos quando recomendados pelos médicos;
– Reformas e construções em setores dos hospitais apoiados pela Pró-Vita.
– Luis Fernando Bouzas
É formado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), com mestrado em Clínica Médica – Hematologia. Além disso, possui MBA em Administração em Saúde pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutorado em Atenção em Câncer – Oncologiapelo INCA.
Com passagens pela coordenadoria do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), Banco de Sangue de Cordão Umbilical, Placentário do INCA, Rede de Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário, Bouzas ocupa atualmente o cargo de diretor-presidente do Conselho Técnico da Pró-Vita.
Fonte: SEGS