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Fazer exercício regularmente após tratamento de câncer reduz risco de morte, de retorno da doença e de novos tumores

Pesquisa realizada ao longo de 17 anos com pacientes de câncer de cólon demonstra que um programa estruturado de atividade física tem benefícios comparáveis aos de medicamentos

exercício

A prática de exercício regular é amplamente recomendada para se ter uma vida mais saudável. Mas, agora, pesquisadores demonstraram que fazer atividade física após o tratamento de câncer pode reduzir o risco de tumor recorrente ou novo e prolongar a sobrevida dos pacientes.

O estudo, batizado de Challenge, acompanhou, ao longo de 17 anos, 889 pessoas com câncer de cólon em estágio III ou II de alto risco, que haviam concluído cirurgia e quimioterapia.

Elas foram divididas em dois grupos: um participou de um programa de exercícios estruturado, supervisionado por um fisioterapeuta ou cinesiologista, e, o outro, recebeu materiais educativos sobre saúde, promovendo atividade física e alimentação saudável. Todas também receberam acompanhamento e monitoramento padrão do câncer.

Os pacientes do primeiro grupo foram desafiados a adicionar 2,5 horas de exercícios de intensidade moderada às suas atividades regulares por semana. Eles se reuniram com especialistas em exercícios a cada 15 dias durante o primeiro ano e mensalmente nos dois anos seguintes.

De acordo com os resultados, apresentados no último domingo (1) na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e publicados no New England Journal of Medicine, após cinco anos, a taxa de sobrevida livre de doença foi de 80% para aqueles que participaram do programa de exercícios, em comparação com 74% para aqueles que receberam materiais educativos.

As taxas de sobrevida global em oito anos foram de 90% e 83%, respectivamente, refletindo uma redução de 37% no risco de morte para a turma da atividade física estruturada. Além disso, esse grupo apresentou um risco 28% menor de retorno do câncer ou desenvolvimento de novos tumores

“Como oncologistas, uma das perguntas mais comuns que nos fazem é: ‘O que mais posso fazer para melhorar meu resultado?’”, disse Christopher Booth, professor de oncologia na Queen’s University, do Canadá, e oncologista clínico no Kingston Health Sciences Centre (KHSC), que copresidiu o estudo, em comunicado. “O estudo Challenge responde a essa pergunta. Um programa de exercícios estruturado após cirurgia e quimioterapia pode reduzir o risco de câncer recorrente ou novo, melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida dos pacientes.”

Kerry Courneya, copresidente da Universidade de Alberta, também do Canadá, acrescentou que “o exercício não é mais apenas uma intervenção de qualidade de vida – é um tratamento para o câncer de cólon”. E Chris O’Callaghan, pesquisador sênior do estudo e membro do Instituto Sinclair de Pesquisa do Câncer da Queen’s University, salientou que a pesquisa “marcará um ponto de virada no tratamento do câncer de cólon”.

Para Julie Gralow, diretora médica da Asco, e que não esteve envolvida no trabalho, a qualidade das descobertas é o ‘mais alto nível de evidência’ e levará a ‘uma grande mudança na compreensão da importância de incentivar a atividade física durante e após o tratamento’.

“Intitulamos [a sessão em que o exercício foi apresentado] ‘Tão Bom Quanto Um Medicamento’. Eu teria renomeado ‘Melhor que um Medicamento’, porque você não tem todos os efeitos colaterais”, destacou ela ao The Guardian. “É a mesma magnitude de benefício de muitos medicamentos aprovados para essa magnitude de benefício – 28% de redução no risco de ocorrência, 37% de redução no risco de morte. Medicamentos são aprovados por menos que isso, e são caros e tóxicos.”

E, embora o Challenge tenha acompanhado apenas pacientes com câncer de cólon, Gralow observou que não há razão para pensar que os resultados não seriam aplicáveis a outros tipos da doença. Mas, para confirmar, mais estudos serão necessários.

Fonte: Época Negócios

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