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Mortes por leucemia aumentam no Brasil. O que é essa doença?

Pesquisa mostra que número de óbitos por esse tipo de câncer subiu entre 2007 e 2016. Conheça a leucemia, seus sintomas, fatores de risco e tratamentos

A leucemia é um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos do sangue e pode ser curada com o tratamento adequado. Mesmo assim, a taxa de mortalidade segue alta no Brasil, como indica um novo levantamento da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale).

A partir de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a entidade contabilizou 62 385 óbitos decorrentes da doença entre 2007 e 2016. No primeiro ano analisado, foram 5 721 fatalidades. Quase uma década depois, o número chegou a 7 061.

Para ter ideia do tamanho do problema, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer é de 10 800 novos casos ao ano. “Isso demonstra que ainda não temos políticas públicas eficazes para o diagnóstico precoce e acesso rápido ao tratamento”, comenta Merula Steagall, presidente da Abrale.

O que é a leucemia

Ela surge quando células imaturas do sangue sofrem uma mutação ainda na medula óssea, onde são fabricadas, e passam a se multiplicar desenfreadamente, ocupando o lugar das células saudáveis. Existem mais de 12 tipos de leucemia, divididos em agudos e crônicos.

“As leucemias crônicas geralmente são descobertas por acaso e têm sintomas leves, que se agravam lentamente”, aponta Nelson Hamerschlak, hematologista do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista. “Já as agudas são mais agressivas e exigem início de tratamento imediato”, diferencia.

As variedades mais comuns no Brasil são:
• Leucemia linfoide aguda
• Leucemia linfoide crônica
• Leucemia mieloide aguda
• Leucemia mieloide crônica

Quanto maior a idade, maior o risco de desenvolver as versões crônicas da leucemia mieloide e linfoide. As agudas, por sua vez, são as mais frequentes em crianças e adolescentes, embora também apareçam na vida adulta.

O que causa leucemia?

A origem desse câncer ainda é desconhecida. O que se sabe é que certos fatores podem aumentar o risco de ele surgir. Entram na lista substâncias químicas, como o benzeno, formadeíldos e agrotóxicos, cigarro, exposição excessiva à radiação, além de algumas síndromes e doenças hereditárias.

Diagnóstico

Se detectada e medicada logo, a leucemia tem chances altas de cura, principalmente quando acomete os mais novos. “Em adolescentes e adultos jovens, esse índice chega a 80%. Em idosos, fica em torno de 20%”, comenta Hamerschlak.

Para o diagnóstico precoce, é preciso que o profissional de saúde suspeite de leucemia quando a pessoa com sintomas procurar atendimento – falaremos deles mais abaixo.

A investigação começa com o exame de sangue mais simples, o hemograma. Ele pode apresentar alterações em plaquetas, leucócitos e hemácias, que pedem uma avaliação mais pormenorizada.

Com a confirmação do quadro, outros testes são solicitados para determinar qual é o tipo de leucemia a ser enfrentado. É o caso do mielograma, que colhe sangue diretamente da medula óssea, de exames genéticos e da biópsia de uma parte da medula.

Sintomas

Não existe rastreamento populacional para a detecção precoce da leucemia. O jeito é ficar atento aos primeiros sintomas e procurar atendimento se notá-los.

Certos sinais são genéricos e nem sempre indicarão um câncer, mas vale eliminar a possibilidade com o médico, principalmente se eles persistem com o tempo:

• Febre ou suores noturnos
• Anemia
• Cansaço extremo
• Sangramentos na gengiva ou nariz
• Infecções recorrentes, como resfriados
• Perda de peso sem motivo aparente
• Desconforto abdominal provocado pelo aumento do tamanho do baço
• Manchas roxas pelo corpo
• Dor nos ossos e nas articulações
• Nódulos inchados na região do pescoço, virilha e axila

Tratamento

As leucemias agudas precisam de quimioterapia com o paciente internado e do controle das infecções que costumam surgir por causa das alterações no sangue. Além disso, mesmo quando os exames indicam o desaparecimento da enfermidade, sessões adicionais de químio são comumente prescritas para eliminar quaisquer células cancerosas que possam estar circulando pelo corpo.

Já as crônicas têm uma abordagem um pouco diferente. A mieloide crônica em geral é tratada com um comprimido que inibe a ação de uma proteína por trás da multiplicação celular que desencadeia a doença.

A linfoide crônica pode ser combatida com quimioterapia, mas, dependendo do estado do paciente, o médico pode optar por outras terapias, como remédios orais e anticorpos monoclonais.

O transplante de medula óssea é outra opção tanto para as leucemias agudas quanto para as crônicas. Contudo, só é indicado em situações específicas – como quando o paciente não responde bem ao tratamento convencional.

 

Fonte: Editora Abril

 

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