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Pílula do câncer: Ministério da Ciência divulga novos resultados de estudos
Em camundongos com melanoma, composto foi capaz de reduzir tumor.
Porém, redução foi menor do que a obtida por medicamento já existente.
(Foto: Reprodução/RBS TV)
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) divulgou, nesta terça-feira (16), novos resultados de pesquisas sobre a fosfoetanolamina, composto que ficou conhecido como “pílula do câncer”. O estudo, que avaliou o efeito da fosfoetanolamina sobre camundongos com melanoma, apontou que a substância foi capaz de reduzir a massa tumoral, porém com efeito menor do que a ciclofosfamida, já usada como quimioterapia contra câncer.
O teste, feito pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM/UFC), de Fortaleza, utilizou o melanoma, tumor agressivo que tem sido usado como modelo para estudar imunoterapia em animais. Células de melanoma foram inoculadas em cinco grupos de 10 camundongos.
Cada grupo recebeu uma estratégia diferente de tratamento: doses de 200 mg/kg, de 500 mg/kg e de 1000 mg/kg de fosfoetanolamina, dose de 25 mg/kg do quimioterápico ciclofosfamida e uma solução salina de 0,9%. Os animais receberam o tratamento durante 16 dias consecutivos após a inoculação das células cancerígenas.
Ao final desse período, a dose maior de fosfoetanolamina foi capaz de reduzir em 64% a massa tumoral. A redução, porém, é menor do que a que foi obtida com a ciclofosfamida, quimioterápico já disponível no mercado, que reduziu a massa tumoral em 93%. As doses menores da fosfoetanolamina não tiveram efeito estatisticamente relevante.
A dose maior da fostoetanolamina também foi capaz de reduzir o número de leucócicos e de plaquetas no sangue em comparação com o grupo controle.
Outros dois relatórios divulgados pelo MCTIC nesta terça-feira trazem resultados de estudos sobre a fosfoetanolamina feitos pelo Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP), de Florianópolis-SC. Eles abordam o perfil farmacocinético da substância e o desenvolvimento de uma metodologia para determinação da fosfoetanolamina sintética.
O MCTIC coordena, ao lado do Ministério da Saúde, uma iniciativa federal para pesquisar a substância, anunciada em outubro de 2015. Na ocasião, foi anunciado que o projeto teria um financiamento de R$ 10 milhões por parte do MCTIC.
Distribuída antes de testes
A fosfoetanolamina passou a ser sintetizada e distribuída pelo Instituto de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC-USP) para pacientes com câncer sem que a substância tivesse passado pelos testes clínicos necessários para determinar a segurança e eficácia do tratamento.
O pesquisador aposentado Gilberto Orivaldo Chierice, que desenvolveu um método de síntese da fosfoetanolamina quando era professor do IQSC-USP, tinha obtido apenas resultados preliminares em modelos experimentais sobre a possível eficácia da substância contra o câncer.
Além da iniciativa de pesquisa federal sobre a pílula, conduzida pelo MCTIC, está em curso ainda uma outra iniciativa para pesquisar a substância, esta financiada pelo governo do estado de São Paulo e coordenada Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp).
Fonte: G1