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Protocolo para tratamento ajuda cura de câncer infantil, aponta pesquisa
Estudo mostra também que padrão pode encurtar período de quimioterapia. Nos hospitais que não seguem, só 47% dos pacientes sobrevivem.
Uma pesquisa coordenada pela médica Silvia Brandalise, do Centro Boldrini, em Campinas (SP), mostra que os hospitais que seguem o protocolo definido por especialistas têm mais sucesso no tratamento da leucemia infantil. O estudo aponta também que a adoção do padrão pode encurtar o período de quimioterapia.
Mateus tem apenas 1 ano e 9 meses e já enfrentou uma batalha contra a leucemia.
Segundo o pai Milton Oncero Júnior, após várias sessões de quimioterapia veio a notícia tão esperada pela família.
“Depois de oito dias que ele já tava aqui já foi dado o diagnóstico que ele tinha zerado a leucemia dele”, afirma.
Protocolo
Segundo Silvia, o protocolo é o método de trabalho definido em um grupo de estudos. Outros 24 hospitais especializados em câncer infantil no país seguem o mesmo procedimento.
O estudo mostrou que os procedimentos padronizados nos hospitais especializados estão aumentando as taxas de cura no tratamento da leucemia infantil. “Se não está inserido no estudo você não tem um acompanhamento dos dados, um monitoramento externo dos resultados, você não fica atento à violação, quando o médico dominui a dose, ou ele deixa muito tempo sem dar a quimioterapia. A avaliação individual que o médico faz do jeito que ele bem entender dá resultado ruim”, afirma a coordenadora da pesquisa.
Taxa de cura
Esse padrão é aplicado desde anos 1980 no Brasil e foi inspirado em procedimentos americanos. Em 1979, a chance de cura era de apenas 1%, em 1982 subiu para 40% e em 2016, a sobrevida atingiu 80% dos centros especializados.
Mas, nos hospitais onde os protocolos de estudo não são aplicados, só 47% dos pacientes sobrevivem.
Os procedimentos específicos adotados pelos hospitais que fizeram parte da pesquisa tiveram os resultados divulgados numa revista científica internacional. O objetivo do trabalho era reduzir o tempo de tratamento.
Hoje os pacientes estão deixando de tomar a quimioterapia seis meses antes do que era preconizado na década de 90, o que diminui os efeitos colaterais e melhora a qualidade de vida.
“A gente pode encurtar o tratamento ao invés de fazer dois anos e meio, fazer dois? A resposta foi sim”, conclui Silvia.
Mateus tem apenas 1 ano e 9 meses e já enfrentou uma batalha contra a leucemia (Foto: Reprodução/ EPTV)
Fonte: G1