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Especialistas explicam causa de gosto ‘metálico’ na boca após quimioterapia, alteração relatada por Fabiana Justus

No fim de janeiro, Fabiana Justus, de 37 anos, foi diagnosticada com Leucemia Mieloide Aguda, um tipo de câncer hematológico, e passou por quimioterapia e, em seguida, um bem-sucedido transplante de medula. Após ter alta hospitalar, esta semana, a influencer tem postado sua volta para casa ao lado do marido

Nessa quinta-feira (18), ela relatou que está sentindo um gosto ‘metálico’ na boca após o tratamento.

‘Vamos ver se a dentista resolve um pouco o gosto metálico que fica na boca após as químios… Dizem que demoram alguns meses para passar. Mas ela disse que a limpeza nos dentes pode ajudar’, contou a filha de Roberto Justus nos Stories da rede social.

De acordo com Gerson de Paula, médico hematologista da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), alguns pacientes em tratamento com quimioterapia podem sentir um gosto ‘metálico’ na boca, principalmente ao ingerir alimentos proteicos, como a carne vermelha.

‘A perda de paladar é um efeito colateral que se manifesta com o início do tratamento contra o câncer e tende a cessar em torno de 4 semanas após o término. O gosto ruim na boca devido à quimioterapia acontece porque o tratamento causa alterações nas papilas gustativas, que são as responsáveis pela sensação do paladar’, explica a Quem.

Para amenizar e melhorar tal efeito, o médico dá algumas dicas aos pacientes, como experimentar alimentos com diferentes texturas e temperaturas; aproveitar alimentos ácidos e cítricos; usar ervas e especiarias para realçar o sabor; se manter hidratado; fazer refeições pequenas e frequentes; e usar utensílios de plástico ou vidro para diminuir o gosto metálico.

Importância da odontologia oncológica

Segundo os dentistas oncológicos da Abrale, é possível evitar alguns problemas, que são bem frequentes em pacientes que realizam quimioterapia, radioterapia ou que estão se recuperando de um transplante de medula óssea.

As principais complicações enfrentadas pelos pacientes oncológicos são:

  • MUCOSITE ORAL: a mucosite é uma situação onde ocorre o surgimento de feridas na cavidade oral causa dor e desconforto, além de aumentar as chances de contrair bactérias.
  • XEROSTOMIA: causa uma secura excessiva da boca e é comum, pois o tratamento acaba causando alterações nas glândulas salivares.
  • CÁRIE DE RADIAÇÃO: a cárie ocorre devido à baixa produção de saliva e de má higiene bucal, e as cáries podem surgir;
  • INFECÇÕES OPORTUNISTAS: a baixa imunidade deixa o paciente bem suscetível, por isso todo cuidado é pouco quando o assunto são as infecções.
  • SANGRAMENTO BUCAL: quando o paciente apresenta baixo número de plaquetas, pode ocorrer sangramento bucal, inclusive de forma espontânea.
  • PERDA DO PALADAR: o tratamento causa alterações importantes no organismo, entre elas as que ocorrem nas papilas gustativas, fazendo com que o paciente não sinta os sabores de alguns alimentos;
  • PERDA çSSEA: a perda dos dentes não costuma ser comum em pacientes em tratamento do câncer, porém pode acontecer caso os cuidados de higiene não sejam realizados corretamente.

Tratamento

Para tratar e amenizar os problemas bucais, é fundamental, antes de tudo, que durante todo o tratamento, e até mesmo antes de começá-lo, o paciente tenha um acompanhamento odontológico com um profissional especializado em câncer: o dentista oncologista. A higiene bucal não pode ser deixada de lado, ainda que a região da boca esteja dolorida.

Nesse momento, o mais indicado é o uso de escovas macias e bochechos com soluções antissépticas sem álcool. Para aliviar a mucosite oral, o paciente pode utilizar soluções isotônicas, anti-inflamatórios e o tratamento com laser, conhecido por laserterapia, que também apresenta excelentes resultados.

Quando houver redução de fluxo salivar e a boca ficar muito seca, pode-se usar protetor labial à base de lanolina e lubrificantes bucais, conhecidos como saliva artificial, pois assim evita-se possíveis feridas e infecções.

O sangramento nas gengivas também pode estar associado à placa bacteriana, que causa uma inflamação no local. Para evitar o sangramento, o profissional deve acompanhar com o paciente a forma correta de realizar a escovação e, se for necessário, remover essas placas por meio do tratamento periodontal.

As infecções oportunistas exigem todo o cuidado possível. Para tratá-las, são indicados medicamentos tópicos ou orais, que só devem ser utilizados com o acompanhamento médico e do dentista.

Aos pacientes que tiveram perda óssea, os implantes dentários podem ser indicados. Nesse caso, o que realmente irá importar é o estado clínico do paciente. Se ele estiver em remissão completa, esse procedimento está liberado.

Caso o paciente ainda esteja em tratamento com químio ou radioterapia, ele pode ficar mais exposto a possíveis infecções no local do implante, o que não deve acontecer. As pessoas que fazem radioterapia na região da cabeça e do pescoço ou que fizeram uso dos medicamentos do grupo de bisfosfonatos (utilizados no combate a problemas ósseos) têm restrição à colocação de implantes.

O uso de aparelhos ortodônticos deve ser suspenso durante o tratamento para evitar sangramentos e possíveis infecções. Apenas depois de dois anos de remissão pode ser feito o tratamento ortodôntico normalmente.

 

Fonte: Quem Acontece Online

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