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Linfoma não-Hodgkin tem cura?

A medicina tem avançado muito nos tratamentos de Linfoma Não-Hodgkin, por isso as chances de cura são, em média, de 60 a 70%. Mas para que se tenha êxito, é muito importante que a doença seja descoberta logo no início!

As opções existentes hoje são:

O que é quimioterapia?

quimioterapia

É um tratamento que utiliza medicamentos extremamente potentes no combate ao câncer, com o objetivo de destruir, controlar e inibir o crescimento das células doentes. Ela pode ser oral ou aplicada direto no sangue, por meio de um cateter. Também pode ser intratecal, quando há a necessidade de fazer com que o tratamento do linfoma chegue ao sistema nervoso central, diretamente por meio do líquido espinhal. Sua administração é feita em ciclos, com um período de tratamento, seguido por um período de descanso, para permitir ao corpo um momento de recuperação.


Efeitos da quimioterapia no organismo

Alguns efeitos colaterais podem surgir, como enjoo, diarreia, obstipação, alteração no paladar, boca seca, feridas na boca e dificuldade para engolir. Mas saiba que existem medicamentos para amenizá-los.

A queda de cabelo costuma acontecer, pois a quimioterapia atinge as células malignas e também as saudáveis, em especial as que se multiplicam com mais rapidez, como os folículos pilosos, responsáveis pelo crescimento dos cabelos. A imunidade baixa pode facilitar o surgimento das infecções, e a febre é o aviso de que um processo infeccioso está começando, então não deixe de procurar seu médico.


Protocolos de quimioterapia:

Um dos esquemas mais administrados para os linfomas de linfócitos B é o R CHOP que utiliza uma droga imunoterápica associada com a quimioterapia.

Outros 7 esquemas que também poderão ser utilizados são:

  • 1) R CHOP: Ciclofosfamida, Rituximabe, Doxorrubicina, Oncovin e Prednisona
  • 2) R CVP: Rituximabe, Ciclofosfamida, Oncovin e Prednisona
  • 3) R FCM: Fludarabina, Rituximabe, Ciclofosfamida e Mitoxantrone
  • 4) R EPOCH: Etoposideo, Prednisona, Rituximabe, Vincristina, Ciclofosfamida e Doxorrubicina
  • 5) R DHAP: Cisplatina, Citarabina, Dexamatesona e Rituximabe
  • 6) R ICE: Ifosfamida, Rituximabe, Ciclofosfamida e Etoposideo
  • 7) R Hyper CVAD: Ciclofosfamida, Mesna, Vincristina, Doxorrubicina e Dexametasona, alternando com Metotrexate, Leucovorin, Citarabina e Metilprednisolona.

TERAPIA ALVO

O que é Terapia Alvo?

São medicamentos que visam especificamente as alterações celulares que causam o linfoma. Dentre os medicamentos utilizados estão: Bortezomibe e Ibrutinibe.

IMUNOTERAPIA

As células cancerígenas são muito espertas e, por crescerem de forma rápida e descontrolada, podem enganar o sistema imunológico para que ele não as veja como uma ameaça, ao desligarem a resposta imune ou interromperem as funções imunológicas que poderiam destruí-las. Os anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunológico para combater infecções, e os anticorpos monoclonais, também conhecidos por imunoterapia, são produzidos em laboratório com o objetivo de agir em um alvo específico. Com isso, a imunoterapia (tratamento com anticorpos monoclonais) faz com que o próprio sistema imunológico reconheça as células doentes e as ataque.

Neste caso, os medicamentos ajudam o sistema imunológico do paciente a combater as células com câncer.

A Imunoterapia tem efeitos colaterais?

Sim, alguns como prurido na pele, calafrios, febre, náuseas, erupções cutâneas, fadiga e dores de cabeça.

Um dos principais anticorpos monoclonais utilizados é o Rituximabe, que pode ser administrado junto com a quimioterapia e radioterapia. Outros anticorpos monoclonais: Obinutuzumabe, Ofatumumabe e Alemtuzumabe.

O que é radioterapia

É um procedimento utilizado em alguns casos, onde por meio de radiações ionizantes, destrói-se e inibe-se o crescimento das células anormais que formam um tumor.


Radioterapia efeitos colaterais

Como efeitos colaterais, o paciente pode apresentar problemas de pele, como ressecamento, coceira, bolhas ou descamação. Converse sempre com seu médico para esclarecer todas as suas dúvidas sobre a radioterapia.

Também chamado por transplante de células-tronco hematopoéticas, esta opção será indicada quando o tratamento não estiver alcançando o resultado esperado. Mas tudo vai depender de fatores como condição clínica e idade do paciente. Se a sua medula óssea não estiver acometida, o próprio paciente será o seu doador, no chamado transplante autólogo.

Ele acontece com as próprias células do paciente. As células-tronco são coletadas por meio de uma veia ou por meio de coleta direta da medula óssea em ambiente de centro cirúrgico, congeladas e armazenadas (criopreservação). Após a coleta e criopreservação, o paciente é submetido a um regime de quimioterapia em altas doses, chamado de condicionamento, que tem o intuito de eliminar todas as células.

Esse regime quimioterápico leva, consequentemente, à destruição da medula óssea. Por isso, após a quimioterapia, as células-tronco previamente coletadas são descongeladas e infundidas no próprio paciente.

transplante de medula óssea


Pós-Transplante

Esta fase é conhecida como aplasia medular, devido à queda do número de todas as células do sangue. Quando a medula óssea começa a funcionar novamente (geralmente em torno de 2-4 semanas após a infusão) pode-se dizer que houve a pega da medula. Inicia-se com a pega de glóbulos brancos, em seguida dos glóbulos vermelhos e por último, plaquetas.

Após a pega de medula, o monitoramento médico continua sendo essencial, pois mesmo após um ano de procedimento, pode vir a aparecer alguma complicação tardia.

A alta só será possível no momento em que a medula óssea estiver funcionando bem, ou seja, produzindo as células do sangue que protejam o paciente contra infecções, hemorragias e sem anemia.

Esse é um dos tipos de terapia celular mais promissores e uma descoberta inovadora, e recente, da ciência, que objetiva a cura de alguns tipos de câncer do sangue.

“CAR” aqui representa chimeric antigen receptor (traduzido para o português, receptor quimérico de antígeno). O “T” refere-se ao linfócito T, um tipo de glóbulo branco essencial na proteção do organismo, que consegue reconhecer antígenos presentes na superfície de agentes, como os tumores, e produz anticorpos para combatê-los.

Este novo tipo medicamento é produzido a partir da modificação genética do linfócito T do próprio paciente, transformando-o então em CAR-T Cell.

O Tisagenlecleucel (Kymriah®) já está aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e sendo comercializado no Brasil. Ele é administrado em uma única infusão intravenosa. Importante reforçar que este é um medicamento personalizado e que será feito com as próprias células de defesa do paciente.

Sua indicação é para pacientes com linfoma difuso de grandes células B, adultos com mais de 18 anos, que estejam em recidiva ou que sejam refratários a pelo menos duas linhas de terapia sistêmica.

O medicamento não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Já na saúde suplementar (planos de saúde), sim.

Já o Axicabtagene (Yescarta®), também aprovado pela Anvisa, é recomendado para pacientes adultos com linfoma de grandes células B recidivado ou refratário, após duas ou mais linhas de terapia sistêmica e linfoma folicular.

LIDANDO COM OS EFEITOS COLATERAIS DO TRATAMENTO DO LINFOMA NÃO-HODGKIN

O tratamento pode trazer alguns efeitos adversos ao paciente, mas é importante entender que é possível amenizá-los, seja com medicamentos ou até mesmo com a alimentação.

AQUI VÃO ALGUMAS DICAS PARA TE AJUDAR COM OS EFEITOS COLATERAIS DURANTE O TRATAMENTO DO LINFOMA NÃO-HODGKIN

Contra náuseas e vômitos:

  • Prefira alimentos frios ou gelados e diminua ou evite o uso de temperos fortes na preparação dos alimentos
  • Coma pequenas porções várias vezes ao dia

Contra a diarreia:

  • Aumente a ingestão de líquidos, como água, chá, suco
  • Evite alimentos laxativos, como doces concentrados, leite de vaca, creme de leite, manteiga, queijos, verduras, cereais e pães integrais, além de frutas como mamão, laranja, uva e ameixa preta

Contra a obstipação (prisão de ventre):

  • Evite o consumo de cereais refinados (arroz branco, farinha de trigo refinada, fubá, semolina, amido de milho, polvilho)
  • Substitua alimentos pobres em fibras por alimentos ricos nesse nutriente (ex.: feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, soja, arroz integral, linhaça, aveia…)
  • Beba muita água

Contra a mucosite

  • Evite alimentos picantes e salgados com temperos fortes e alimentos ácidos (ex.: limão, laranja pera, morango, maracujá, abacaxi e kiwi)
  • Consuma preferencialmente alimentos macios ou pastosos (ex.: creme de espinafre, milho, purês, pães macios, sorvetes, flans, pudins e gelatinas) e também alimentos frios/gelados

Contra a xerostomia (boca seca)

  • Beba líquidos em abundância (ex.: água, chá, suco, sopa)
  • Aumente a ingestão de alimentos ácidos e cítricos
  • Evite alimentos ricos em sal
  • Chupe cubos de gelo ao longo do dia
  • Utilize pomadas industrializadas (“salivas artificiais”) antes das refeições
Está com dúvidas, ou com dificuldade para conseguir tratamento? Fale agora com a Abrale.
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